Muitas pessoas ainda acham que não existe essa coisa chamada de energia do pensamento, que pode influenciar nossa vida tanto assim.
Isso parece uma coisa muito mística para alguns, uma questão de fé e não de razão objetiva.
Pois vamos então raciocinar juntos a respeito do que seja energia.
Apesar de ser usada em vários contextos diferentes, o uso científico da palavra energia tem um significado bem definido e preciso: potencial inato para executar trabalho ou realizar uma ação.
Qualquer coisa que esteja trabalhando, movendo outro objeto ou aquecendo-o, por exemplo, está gastando (transferindo) energia.
Por exemplo, a energia potencial que é a energia armazenada. As águas de um rio têm energia potencial; uma pedra no alto de uma montanha também.
Quando a pedra rola, ou quando as águas do rio caem em cascata, sua energia potencial se transforma em energia cinética capaz de exercer força e movimentar outros corpos. A queima de um recurso natural - como a lenha, carvão ou petróleo - gera energia térmica, também chamada de calor.
No corpo humano, a energia para seu funcionamento e movimento é obtida basicamente através da respiração (oxigênio) e da alimentação (comida e água). Esses são os combustíveis que farão a oxigenação do cérebro para que ocorram as sinapses (comunicação entre os neurônios) e que movimentarão os músculos para que o corpo possa se mover. Também é um tipo de energia que pode sofrer transformações controladas, no caso, pelos órgãos, músculos, etc.
Tudo em nosso mundo é energia!
E é a energia que não só movimenta, mas que dá origem a própria formação da matéria, como os elétrons, por exemplo.
Nosso corpo é energia, nosso mundo é energia, e até mesmo nosso pensamento é energia! Nosso pensamento produz impulsos elétricos em nosso cérebro através das sipapses (comunicação entre os neurônios). Energia elétrica essa, que pode ser medida no Eletroencefalograma, por exemplo;
Nos movemos na vida através e dentro da energia!
Se pudermos perceber o mundo e seus eventos como sendo eventos energéticos, talvez pudéssemos entender esses eventos de forma diferente.
Sabemos que uma das características mais importantes da energia é a sua capacidade de transformação de uma forma para outra, ou seja, uma energia inicial, pode movimentar algo que produzirá outra forma diferente de energia no processo.
Se compararmos então, essa capacidade energética de impulso e transformação ao que acontece quando pensamos, teremos um processo de causa e efeito que pode nos explicar o motivo pelo qual muitas vezes, nossos pensamentos e atitudes, colhem resultados bons ou maus.
Quando você pensa algo (energia cerebral) dará impulso a ação de falar ou agir conforme aquele pensamento. Sua energia do pensamento será transformada então, em movimento externo (palavras ou ações). Isso, vai interferir por exemplo, no mundo a sua volta, e também nas outras pessoas que ao receberem (escutar ou ver) essa energia (suas palavras e atitudes), transformarão em si mesmas esse impulso, numa resposta a você. E nem sempre a resposta que darão será agradável, e isso dependerá muito, da espécie de energia (pensamento) que você tenha usado para iniciar todo esse processo!
Mas lembre-se também, de que a energia do pensamento pode se transformar em energia de ação, mas pode também ser controlada. A energia do pensamento nesse caso, segue as mesmas leis da palavra energia usada cientificamente.
Por esse motivo, basicamente, é que repetimos e repetimos a nossos alunos:
Cuidado com a energia que emite ao externo através de seus impulsos mentais, ou seja, seus pensamentos!
Cuide de seus pensamentos, pois são eles os precursores de seus sentimentos, palavras e ações!
Não existe a tirania que alguns possam justificar como sendo: Ações impulsivas ou palavras impulsivas e sem controle.
Se houve o impulso energético, ele pode ser controlado e algumas vezes ele PRECISA ser controlado!
Coloque sempre o amor na frente!
Se tiver o impulso de dizer algo, observe se falará através do amor!
Caso contrário, prefira calar-se e transforme isso em amor imediatamente! Sem uma energia positiva como impulso, poderá colher e receber de volta uma energia bem negativa como resposta!
Vera Calvet
O QUE NOS SUSTENTA
Existiu um dia em lugar e tempo distantes, uma próspera nação que se orgulhava de suas conquistas e feitos.
Seu monarca, heróico e bravo, como assim o intitulavam seus comandados, já caminhava para uma idade avançada, e em poucos anos não poderia mais guiar seus exércitos. Isso muito o preocupava, pois naquele tempo, o governante que não estivesse à frente de seus exércitos nos campos de batalha, não tinha o respeito de seu povo, e seus soldados debandavam, pois tinham na figura de seu governante a real motivação para as batalhas e conquistas e sem esse carisma e respeito, seria fácil um governante perder o poder e o trono.
A grande preocupação do monarca era ainda maior quando olhava seu filho e herdeiro. Único sobrevivente de sua prole e esposa, que haviam sucumbido a uma grande praga que quase devastou todo seu povo e também a família real, sofrida há poucos anos. A família real se resumia agora ao monarca, uma irmã mais nova e totalmente dependente de seus cuidados e àquele único filho.
Rapazote orgulhoso e voluntarioso, o jovem príncipe estava sempre envolvido em discussões e gritarias, quando se sentia contrariado em suas vontades. Esse até poderia ser o perfil de um bom comandante e guerreiro para liderar exércitos naquelas paragens, não fosse o fato de ser extremamente inábil com a espada e na luta corpo a corpo. Seu filho era um brigão que na verdade, não sabia lutar.
O monarca já havia tentado transformá-lo em um sucessor digno de todas as formas. Chamou vários guerreiros para ensiná-lo e degolou outros tantos por falharem.
O rei sabia que se em um curto espaço de tempo o rapaz não melhorasse, acabariam perdendo tudo o que haviam conquistado, pois rumores já corriam a respeito da impossibilidade do monarca ser substituído por um filho tão sem predicados e carisma.
Os soldados já davam mostras de não se sentirem mais tão motivados a lutar por um reinado que não poderia ser sustentado em futuro próximo, quando o jovem assumisse o trono.
Noticias a respeito da intenção de invasão de suas terras em um golpe arquitetado pelo monarca vizinho, se faziam ouvir pelos cantos e a tensão aumentava dia a dia.
Na tentativa de proteger o que restou de sua família e ao menos uma parte de seu patrimônio e de seu povo, o monarca arranjou o casamento de sua dependente irmã, com um importante nobre aliado, dando como dote grande parte de seu reino, na esperança de que ela tivesse uma prole forte o bastante para retomar mais tarde seu próprio reino, caso ele viesse a sucumbir num futuro que parecia cada vez mais próximo e certo.
Porém, um ano após o casamento, a noticia do nascimento de uma menina acabou com suas esperanças imediatas.
O rapaz tentou procurar ajuda para aprender a arte da espada com um velho mestre samurai que vivia recluso, mas fora rechaçado pelo mestre por ser o príncipe um jovem arrogante, orgulhoso e fútil.
As relações entre o rei e seu rebento passaram de tensas à indiferente.
O rei frustrado e desanimado em continuar sua luta, abateu-se. O príncipe revoltado com o tratamento severo e agressivo e depois indiferente do pai, sentia-se por sua vez, também bastante frustrado e procurou esquecer de tudo, entregando-se a seu cotidiano de diversões e sensação de poder e segurança que sua posição lhe dava. Imaginava que seu pai haveria de solucionar tudo de alguma forma, como sempre fizera.
Mas, como tudo segue sempre uma ordem de causas e efeitos, em poucos anos o já previsto golpe, enfim encontrou ocasião propicia, e aconteceu. O monarca do reino vizinho arrebatou-lhes os exércitos facilmente, diante do enfraquecimento do velho rei e quase sem resistência possível, perderam o reino no que pareceu ao jovem príncipe, uma noite de surpresas e horrores sem fim.
Seu pai foi morto na luta, mas ele conseguiu escapar com a ajuda do capitão da guarda, que lhe deu cobertura na fuga. Assim que se viu fora do castelo, correu desesperadamente sem rumo, sempre em frente enquanto suas pernas agüentaram e ainda pudesse ouvir os horripilantes sons dos brados, fogo e espadas batendo-se.
Exausto, faminto e com medo, pois sabia que em breve estariam a sua procura para que fosse também eliminado, o jovem deixou-se cair ao solo junto a um riacho.
Sentindo-se só e triste, chorou copiosamente, até que ouviu uma voz que lhe soou familiar:
- Enxugue já esse rosto e levante-se guerreiro!
- És tu, velho Samurai? Reconheço-te a voz! - disse o rapaz sentando-se e recompondo-se - Estás a caçoar de mim, chamando-me de guerreiro? Bem sabes que perdi tudo. Meu pai, meu reino, até mesmo meu orgulho. Não tenho mais nada, nada!
O idoso colocou-se diante do jovem e enquanto olhava firmemente em seus olhos falou:
- Pois agora é que estás pronto para entrar no caminho do verdadeiro guerreiro, pois estás despojado de todo o lastro!
- Perdi a vontade das guerras sábio Samurai! - disse o rapaz desolado - Meu reino está destruído e meu pai já não existe mais! Por quem hei de ser um guerreiro?
- Por ti! Por quem mais?- retrucou o Samurai em tom vibrante - O caminho do verdadeiro guerreiro, tem início através das batalhas internas! E essas, te digo meu rapaz, são piores e muito mais violentas que as batalhas externas. Tu mesmo bem sabes, podes ser teu pior e mais traiçoeiro inimigo!
Aquelas poucas palavras, vibraram novas esperanças no peito do alquebrado jovem, que apesar de não conseguir alcançar ainda toda a dimensão do que disse o velho, já percebia claramente em si, alguns de seus próprios inimigos interiores, e também a vontade de vencê-los. Isso o fez encher-se de novas forças. Olhando pela primeira vez nos olhos do velho, percebeu toda a força, conhecimento e ternura que havia naquele olhar e tomando uma das mãos do Samurai entre as suas e inclinando-se em respeitosa reverência perguntou:
- Nobre Samurai! Ficarás comigo e me guiarás? Estou só nesse mundo!
- Não nesse momento! - respondeu o velho enquanto erguia o rapaz - E essa, será sua primeira lição no caminho! O guerreiro precisa estar só, para descobrir o que o sustenta verdadeiramente, quando tudo a sua volta não é mais capaz de sustentá-lo. Só assim, descobrirá sua base indestrutível!
Mas, para que tenhas um ponto de partida em sua busca, ensinarei agora uma técnica: A primeira respiração Ráshuah - a busca da base! Quero que a desenvolva exaustivamente até que ela faça parte de ti.
E o mestre ensinou ao rapaz, a primeira respiração. A respiração do elemento terra, para que o jovem descobrisse e desenvolvesse suas bases.
Descubra e desenvolva a base. - disse o mestre - Isto é Ráshuah! Só então vá a minha procura! Não antes!
Feito isto, o velho Samurai subiu para sua reclusão no alto do morro, deixando o jovem entregue a sua busca e ao treinamento.
Quais são suas bases? O que o sustenta em sua vida? Quais os valores reais que podem sustentar sua existência e realizações?
Pense nisso.
Vera Calvet
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