segunda-feira, 9 de agosto de 2010

TEXTOS

Conta-se que por volta do ano 250 a.c, na China antiga, um príncipe da região norte do país, estava às vésperas de ser coroado imperador, mas, de acordo com a lei, ele deveria se casar.
Sabendo disso, ele resolveu fazer uma "disputa" entre as moças da corte ou quem quer que se achasse digna de sua proposta. No dia seguinte, o príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um desafio. Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe. Ao chegar em casa e relatar o fato à jovem, espantou-se ao saber que ela pretendia ir à celebração, e indagou incrédula :
- Minha filha, o que você fará lá? Estarão presentes todas as mais belas ricas moças da corte. Tire esta idéia insensata da cabeça, eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne o sofrimento uma loucura. E a filha respondeu :
- Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca, eu sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, isto já me torna feliz. À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de fato, todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, com as mais belas jóias e com as mais determinadas intenções. Então, finalmente, o príncipe anunciou o desafio :
- Darei a cada uma de vocês, uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China. A proposta do príncipe não fugiu às profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de "cultivar" algo, sejam costumes, amizades, relacionamentos etc... O tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura a sua semente, pois sabia que se a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava se
preocupar com o resultado. Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido. Dia após dia ela percebia cada vez mais longe o seu sonho, mas cada vez mais profundo o seu amor. Por fim, os seis meses haviam passado e nada havia brotado. Consciente do seu esforço e dedicação a moça comunicou a sua mãe que,independente das circunstâncias retornaria ao palácio, na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe. Na hora marcada estava lá, com seu vaso vazio, bem como todas as outras pretendentes, cada uma com uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas formas e cores. Ela estava admirada, nunca havia presenciado tão bela cena. Finalmente chega o momento esperado e o príncipe observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a bela jovem como sua futura esposa. As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações. Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado. Então, calmamente o príncipe esclareceu:
- Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz. A flor da honestidade, pois todas as sementes que entreguei eram estéreis.
A honestidade é como uma flor tecida em fios de luz, que ilumina quem a cultiva e espalha claridade ao redor
- Que esta nos sirva de lição e independente de tudo e todas as situações vergonhosas que nos rodeiam , possamos ser luz para aqueles que nos cercam .
- Aproveitem e leiam : Ef 5.9 ( pois o fruto da luz está ....) e Mt 5.16 (Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para ...)


O último dia de vida

Naquela manhã, sentiu vontade de dormir mais um pouco. Estava cansado porque na noite anterior fora deitar muito tarde. Também não havia dormido bem.
Teve um sono agitado. Mas logo abandonou a idéia de ficar um pouco mais na cama e se levantou, pensando na montanha de coisas que precisava fazer na empresa.
Lavou o rosto e fez a barba correndo, automaticamente. Não prestou atenção no rosto cansado nem nas olheiras escuras, resultado das noites mal dormidas. Nem sequer percebeu um aglomerado de pelos teimosos que escaparam da lâmina de barbear. "A vida é uma seqüência de dias vazios que precisamos preencher", pensou enquanto jogava a roupa por cima do corpo.
Engoliu o café da manhã e saiu resmungando baixinho um "bom dia", sem convicção. Desprezou os lábios da esposa, que se ofereciam para um beijo de despedida.
Não notou que os olhos dela ainda guardavam a doçura de mulher apaixonada, mesmo depois de tantos anos de casamento. Não entendia por que ela se queixava tanto da ausência dele e vivia reivindicando mais tempo para ficarem juntos.
Ele estava conseguindo manter o elevado padrão de vida da família, não estava? Isso não bastava? Claro que não teve tempo para esquentar o carro nem sorrir quando o cachorro, alegre, abanou o rabo. Deu a partida e acelerou.
Ligou o rádio, que tocava uma canção antiga do Roberto Carlos, "detalhes tão pequenos de nós dois... "Pensou que não tinha mais tempo para curtir detalhes tão pequenos da vida.
Pegou o telefone celular e ligou para sua filha. Sorriu quando soube que o netinho havia dado os primeiros passos.
Ficou sério quando a filha lembrou-o de que há tempos ele não aparecia para ver o neto e o convidou para almoçar. Ele relutou bastante: sabia que iria gostar muito de estar com o neto, mas não podia, naquele dia, dar-se ao luxo de sair da empresa. Agradeceu o convite, mas respondeu que seria impossível. Quem sabe no próximo final de semana? Ela insistiu, disse que sentia muita saudade e que gostaria de poder estar com ele na hora do almoço. Mas ele foi irredutível: realmente, era impossível.
Chegou à empresa e mal cumprimentou as pessoas. A agenda estava totalmente lotada, e era muito importante começar logo a atender seus compromissos, pois tinha plena convicção de que pessoas de valor não desperdiçam seu tempo com conversa fiada.
No que seria sua hora do almoço, pediu para a secretária trazer um sanduíche e um refrigerante diet. O colesterol estava alto, precisava fazer um check-up, mas isso ficaria para o mês seguinte. Começou a comer enquanto lia alguns papéis que usaria na reunião da tarde.
Nem observou que tipo de lanche estava mastigando. Enquanto engolia relacionava os telefonemas que deveria dar, sentiu um pouco de tontura, a vista embaçou. Lembrou-se do médico advertindo-o, alguns dias antes, quando tivera os mesmos sintomas, de que estava na hora de fazer um check-up. Mas ele logo concluiu que era um mal-estar passageiro.
Terminado o "almoço", escovou os dentes e voltou à sua mesa. "A vida continua", pensou. Mais papéis para ler, mais decisões a tomar, mais compromissos a cumprir. Nem tudo saía como ele queria. Começou a gritar com o gerente, exigindo que este cumprisse o prometido. Afinal, ele estava sendo pressionado pela diretoria. Tinha de mostrar resultados. Será que o gerente não conseguia entender isso?
Saiu para a reunião já meio atrasado. Não esperou o elevador. Desceu as escadas pulando de dois em dois degraus.
Parecia que a garagem estava a quilômetros de distância, encravada no miolo da terra, e não no subsolo do prédio.
Entrou no carro, deu partida e, quando ia engatar a primeira marcha, sentiu de novo o mal-estar. Agora havia uma dor forte no peito. O ar começou a faltar... a dor foi aumentando... o carro desapareceu... os outros carros também... Os pilares, as paredes, a porta, a claridade da rua, as luzes do teto, tudo foi sumindo diante de seus olhos, ao mesmo tempo em que surgiam cenas de um filme que ele conhecia bem. Era como se o videocassete estivesse rodando em câmera lenta. Quadro a quadro, ele via esposa, o netinho, a filha e, uma após outra, todas as pessoas que mais
gostava.
Por que mesmo não tinha ido almoçar com a filha e o neto? O que a esposa tinha dito à porta de casa quando ele estava saindo, hoje de manhã? Por que não foi pescar com os amigos no último feriado? A dor no peito persistia, mas agora outra dor começava a perturbá-lo: a do arrependimento. Ele não conseguia distinguir qual era a mais forte, a da coronária entupida ou a de sua alma rasgando.
Escutou o barulho de alguma coisa quebrando dentro de seu coração, e de seus olhos escorreram lágrimas silenciosas.
Queria viver, queria ter mais uma chance, queria voltar para casa e beijar a esposa, abraçar a filha, brincar com o neto...
queria... queria... mas não deu tempo.
Como está sua vida ? Qual o tempo que tem dedicado às coisas pequenas , mas importantes , da vida ? E Deus , em que lugar você o coloca ? Será que ...?
Lembre-se , são poucas as pessoas que tem uma segunda e "nova oportunidade" de vida para mudar e ... Pense nisso .
Não Seja Apanhado de Surpresa

Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vem a dor do parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão. Mas, vós, irmãos, não estais em trevas, para que esse dia como ladrão vos apanhe de surpresa. I Tes. 5:3 e 4.
Quando nosso filho Steve nasceu, Vesta e eu morávamos em Manaus, junto ao rio Amazonas. Nossa casa situava-se nos arredores da cidade. O serviço de ônibus urbanos parava às 10 horas da noite e recomeçava às 4 da manhã. Não havia telefones por perto. Ao aproximar-se o tempo da chegada de Steve, consegui localizar três telefones cerca de um quilômetro e pouco de nossa casa, para alguma eventualidade. Assim mesmo, fomos apanhados de surpresa.
Não que não tivéssemos feito planos para a chegada de Steve. Nós fizemos. Mas ele não nasceu quando esperávamos que nascesse. As dores do parto começaram à uma e meia da madrugada. Eu me vesti e corri para o primeiro telefone tão rápido quanto conseguia. Era a casa de uma parteira. Bati palmas, como era costume. Como eu continuasse a bater, alguns vizinhos acordaram e me informaram que ela estava de férias.

Corri até uma loja onde havia telefone. Estava fechada, claro! Então percebi uma luz que brilhava por trás da porta de uma padaria. Bati palmas, expliquei a emergência aos dois empregados e pedi permissão para usar o telefone. Eles se desculparam, mas eu teria que pedir licença ao patrão, que morava na esquina. Corri até a esquina. Minhas palmas devem ter causado mau humor no patrão, pois quando expliquei minha aflitiva situação e pedi licença para usar o telefone, ele me disse com termos bem explícitos que ninguém usaria o telefone dele àquela hora da noite e bateu a janela com força.
A essa altura eu estava desesperado. Finalmente, encontrei alguns homens que tinham estado bebendo até tarde e haviam chamado um táxi. Quando lhes expliquei a situação, com boa vontade me permitiram usar o táxi que haviam chamado. Quando entramos no hospital, era quase tarde demais. Steve nasceu cinco minutos depois de termos chegado!

Seja quando for, a segunda vinda de Cristo apanhará a maioria das pessoas de surpresa. Você não precisa deixar que isso lhe aconteça, se estiver sempre pronto para o Seu retorno (ver S. Mat. 24:36-44).




Metamorfose

E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Rom. 12:2.
A expressão traduzida como "transformai-vos", em nosso texto, vem da palavra grega metamorphoo, "mudar, transfigurar, alterar na aparência". Nossa palavra "metamorfose" é derivada dessa raiz grega. Uma das definições de metamorfose é "uma mudança acentuada que tem a ver com desenvolvimento, na forma ou estrutura de um animal (como uma borboleta ou rã), e que ocorre após o nascimento".

Minha esposa e eu gostamos de jardinagem, mas a menos que tomemos cuidado, certas criaturas que passam por metamorfose arruínam aquilo que plantamos. A natureza delas é assim. São chamadas lagartas. A maioria das pessoas despreza essas criaturas destruidoras e rastejantes. Mas quando uma lagarta passa pela metamorfose, sua natureza se altera e ela emerge da crisálida como uma linda borboleta.

Nos primeiros séculos da era cristã, a borboleta era usada como símbolo da ressurreição. A idéia era a seguinte: assim como a natureza da lagarta se transforma pelo processo da metamorfose, assim também aqueles que morrem em Cristo serão transformados de mortais para imortais pela ressurreição na Segunda Vinda (ver I Cor. 15:51-53).

Há um clube exclusivo na América, chamado Clube Lagarta; admite somente pessoas que tenham sobrevivido à queda de um avião, sem pára-quedas, e que tenham vivido para contar a história. Seus membros crêem que receberam uma segunda oportunidade para viver; e não é surpreendente que a lagarta seja o símbolo de sua "nova vida".

A Bíblia ensina que o povo de Deus passará por uma metamorfose por ocasião da Segunda Vinda. Se quisermos experimentar essa mudança, precisamos primeiro experimentar a metamorfose da conversão - a transformação que ocorre quando o Espírito Santo entra em nossa vida e nos torna novas criaturas em Cristo. Em ambos os casos, é o poder de Deus que entra em ação. Alguns chamam essa energia transformadora de "o poder da ressurreição" (ver Filip. 3:10).
Todos nós precisamos desse poder hoje!




A Melhor Maneira de Tratar um Inimigo

Se o seu inimigo estiver com fome, dê-lhe algo para comer; se ele estiver com sede, dê-lhe um pouco de água. Assim, ele ficará arrependido do mal que fez a você; além disso, o Senhor dará a você a recompensa. Prov. 25:21 e 22 (A Bíblia Viva).
O soldado japonês típico da Segunda Guerra Mundial é lembrado por sua cruel insensibilidade para com o sofrimento humano. Como ex-prisioneiro, sei disso. Cheguei a compreender, entretanto, que esses homens foram vítimas do sistema satânico sob o qual serviam, pois eram tão indiferentes ao sofrimento de seus próprios feridos como o eram para com o dos inimigos.
Apesar dessa realidade, nem todos os soldados japoneses eram insensíveis. Recordo bem de uma vez em que, tarde da noite, um de nossos guardas foi na ponta dos pés até nossas barracas e cuidadosamente cobriu os presos que se haviam descoberto durante o sono. Também fiquei sabendo que o Tenente Tomibe Rokuro, que foi nosso comandante por algum tempo, chorou quando viu como a Kempeitai (polícia secreta) havia torturado alguns de nossos homens.
Houve também exemplos de compaixão revelados pelos aliados. Na Tailândia, onde minha esposa e eu trabalhamos como voluntários de 1990 a 1992, soubemos de um trem cheio de soldados britânicos que durante a Segunda Guerra foi desviado para outra linha férrea para uma espera demorada. Os britânicos ouviram os gemidos de japoneses feridos em um trem próximo. Alguns foram investigar e viram aqueles pobres homens num estado chocante de abandono. Sem dizer palavra, e sob protestos da guarda japonesa, os britânicos repartiram sua ração e a água, limparam e fizeram curativos nos ferimentos dos japoneses da melhor forma que puderam. Ao saírem, ouviram os agradecidos soldados inimigos dizendo: "Arigato" (muito obrigado).
Um oficial aliado que havia observado a cena criticou os bons samaritanos por terem "prestado ajuda e dado consolo ao inimigo". Fizeram-no recordar, entretanto, que o Bom Samaritano original ajudara um inimigo (S. João 4:9; S. Luc. 10:33) e, assim, por que não poderiam eles fazer a mesma coisa?

Bondade Para com Estranhos
Se o estrangeiro peregrinar na vossa terra, não o oprimireis. Como o natural será entre vós o estrangeiro que peregrina convosco; amá-lo-eis como a vós mesmos. Lev. 19:33.

Era domingo à noite, 29 de dezembro de 1946. A primeira edição do jornal Miami Herald havia acabado de ir para a impressão. Timothy Sullivan, redator, preparava-se para ir para casa e ter uma bem-merecida noite de descanso, quando seu telefone tocou e uma voz de mulher começou a implorar:
- Por favor, me ajude! Meu marido está tendo uma hemorragia e vai morrer!
O moribundo era Rudy Kovarik, do Estado de Michigan. Ele e sua esposa estavam de férias na Flórida, quando a úlcera do estômago dele começou a sangrar e ele foi levado às pressas para o Hospital Biscayne. Uma úlcera sangrando não é necessariamente uma ameaça à vida. A situação, no entanto, era crítica porque o tipo de sangue de Kovarik era raro, AB com RH negativo, e não estava sendo encontrado em toda a região. A menos que um doador com aquele tipo de sangue fosse localizado em pouco tempo, os médicos temiam que Kovarik não amanhecesse vivo.
O que poderia fazer um redator de jornal? Um homem estava morrendo. Sullivan teve uma idéia. Telefonou para a emissora de rádio WCBS, alguns quarteirões adiante, e pediu para falar com o locutor Walter Winchell, que devia ir ao ar dentro de minutos com o noticiário. Relutantemente, o telefonista permitiu que Sullivan falasse com Winchell. Dentro de poucos minutos, Winchell irradiou a notícia acerca de Kovarik, dando o nome do paciente e os números do telefone do hospital, do posto policial e do escritório do redator do Miami Herald.
Dentro de minutos, esses telefones ficaram congestionados com ligações vindas de todo o país, oferecendo doações de sangue. Um dos oferecimentos veio de um soldado que estava de licença, hospedado num hotel a uns dois quarteirões do hospital. Dentro de minutos, o sangue transportador de vida fluía para dentro das veias do debilitado paciente. A vida de Kovarik foi salva. Algumas semanas mais tarde, Sullivan obteve a recompensa quando o agora restabelecido Kovarik entrou em seu escritório para expressar-lhe gratidão, não mais como um estranho, mas como amigo.
Às vezes somos recompensados nesta vida por demonstrar bondade, mas não contemos com isso. Sejamos bondosos para com os outros, não porque pode aparecer alguma recompensa, mas porque o amor de Cristo nos constrange a fazer o bem.

Nobre Vingança
Evitai que alguém retribua a outrem mal por mal; pelo contrário, segui sempre o bem, entre vós, e para com todos. I Tes. 5:15.

Certo dia, um oficial do exército bateu num jovem soldado que era conhecido por praticar artes marciais. O golpe era injustificado, mas os regulamentos militares proibiam o revide; além disso, o jovem era cristão.
- O senhor ainda vai se arrepender disso - comentou o soldado com um sorriso.
Tempos depois, a companhia daquele soldado estava envolvida numa feroz batalha, quando ele viu um oficial ferido tentando desesperadamente arrastar-se de volta para a trincheira. O jovem soldado reconheceu-o como o oficial que o havia golpeado. Arriscando a própria vida, foi em auxílio do homem ferido e ajudou-o a ir a um posto de primeiros socorros.
Enquanto o oficial jazia deitado no chão, esperando que os médicos o atendessem, tomou a mão do soldado, gaguejou um pedido de desculpas e expressou-lhe gratidão. Apertando a mão do oficial, o jovem soldado deu uma risadinha amigável e disse: "Eu tinha certeza de que algum dia o senhor se arrependeria." Dali em diante, os dois tornaram-se os melhores amigos.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Desmond T. Doss, um soldado cristão não-combatente, foi ridicularizado por causa de sua fé, até mesmo por alguns dos oficiais. Durante a campanha de Okinawa, um daqueles oficiais foi gravemente ferido. Doss também arriscou a vida para salvá-lo. Salvou igualmente a vida de muitos outros homens feridos, alguns dos quais haviam anteriormente zombado dele. Em reconhecimento por sua coragem, uma nação grata concedeu-lhe a Medalha de Honra do Congresso, a mais alta condecoração por bravura outorgada pelos Estados Unidos - e a primeira dessas medalhas a ser dada a um não-combatente.

Pague o Mal com o Bem
Não pagando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados. I S. Ped. 3:9.

Li pela primeira vez acerca de Jacob de Shazer no jornal San Francisco Chronicle, no final de 1945 ou início de 1946. Isso aconteceu apenas alguns meses após a minha libertação do campo de concentração nas Filipinas.
Shazer foi um dos participantes dos ataques de surpresa sobre o Japão, no dia 18 de abril de 1942. Durante o ataque, o avião de Shazer foi atingido por fogo antiaéreo. Ele foi forçado a acionar o ejetor e acabou sendo capturado. Em terra, viu dois de seus companheiros sendo executados por um pelotão de fuzilamento. Teve a certeza de que seria executado também, mas parecia que Deus tinha outros planos para ele.
Na ocasião em que foi capturado, Shazer era ateu, mas durante os meses de prisão começou a ponderar e querer descobrir por que odiava seus captores e por que eles o odiavam. Ao buscar respostas, procurou recordar-se do que havia aprendido sobre o cristianismo. Um dia, ele pediu aos guardas uma Bíblia. Inicialmente eles riram, mas em maio de 1944 um dos guardas jogou uma Bíblia contra ele, dizendo que podia ficar com ela por três semanas, no máximo.
Conforme havia dito, três semanas depois o guarda tomou a Bíblia de volta, mas naquele período de tempo a vida de Shazer mudara. Lembro-me de ter lido no jornal sobre como ele pretendia retornar ao Japão como missionário. A decisão dele me influenciou a desejar ir também para o Japão como missionário, mas Deus tinha outros planos. No caso de Shazer, entretanto, isso aconteceu e ele partiu em 1948. Ao fazê-lo, retribuiu com o bem o mal que lhe haviam causado. Mostrou o genuíno espírito de um cristão.
Embora eu possa dizer com sinceridade que nunca odiei os japoneses, não posso afirmar que os tenha amado ativamente enquanto estive no campo de concentração. Com Cristo foi diferente. Ele amou a todos com "amor eterno" (Jer. 31:3), até mesmo àqueles que O amaldiçoaram, maltrataram e crucificaram (ver S. Luc. 23:34). Sua vida e morte são um exemplo vivo de como devemos portar-nos em relação com aqueles que nos maltratam (ver S. Mat. 5:44).
"Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus." Filip. 2:5.


Resgatar os que Perecem

Salva-me, ó Deus, porque as águas me sobem até à alma. ... Estou nas profundezas das águas, e a corrente me submerge. Estou cansado de clamar. Sal. 69:1-3.
Nunca me esquecerei do dia 13 de janeiro de 1982. Naquela época, nossa família morava em Beltsville, Estado de Maryland. Já fazia horas que estava nevando, quando ligamos a televisão para saber a previsão do tempo para a região de Washington. De repente, a previsão meteorológica foi interrompida pela assustadora notícia de que um avião de passageiros da Air Florida havia caído no rio Potomac, logo após a decolagem do Aeroporto Nacional de Washington. Não chegamos a ver o que aconteceu depois, mas ficamos sabendo mais tarde.
Larry Skutnick, um homem de 28 anos de idade, observava as pessoas que num helicóptero tentavam resgatar a aeromoça Prescilla Tirado, que se debatia na água, em perigo de afogar-se. Por duas vezes ela deixara escapar a corda que lhe haviam lançado. Vendo que as forças dela estavam no fim, Skutnick tirou sua jaqueta e as botas, saltou para dentro da água gelada e nadou quase trinta metros até alcançá-la e arrastá-la para um lugar seguro.
Após o resgate, a mídia perguntou a Skutnick o que o havia motivado a arriscar a própria vida para salvar aquela moça. Skutnick respondeu modestamente: "Poderia ser qualquer um. Simplesmente aconteceu que eu estava lá. Já estava lá por um bom tempo, mas ninguém entrava na água. Isso é algo que nunca pensei em fazer, mas ao olhar para trás, acho que o fiz justamente por não ter pensado. Alguém precisava entrar na água, e aconteceu que fui eu."

O salmista, debatendo-se no mar da vida, sentiu a coragem falhar e clamou a Deus por socorro. Aquele que observa a queda de um pardal, ouviu o clamor. "Ele é tocado por nossas tristezas, e até mesmo a expressão delas Lhe comove o grande coração de infinito amor. Não há em nossa vida nenhum capítulo demasiado obscuro para que o possa ler; perplexidade alguma por demais intrincada para que a possa resolver." - Ellen G. White, Bible Echo, 1º de fevereiro de 1893. Não é nenhuma surpresa, portanto, que Davi tenha concluído o salmo com uma nota triunfante. "Louvarei com cânticos o nome de Deus, exaltá-Lo-ei com ações de graça." Verso 30.

A que Deus maravilhoso servimos! Com freqüência, Ele salva pecadores em perigo de vida, usando-nos como instrumento para Lhe cumprir os propósitos.





Reconstruindo Ruínas

Seja sobre nós a graça do Senhor nosso Deus; confirma sobre nós as obras de nossas mãos, sim, confirma a obra das nossas mãos. Sal. 90:17.
Quando Thomas Carlyle, historiador e ensaísta inglês, concluiu o segundo volume de sua História da Revolução Francesa, entregou o manuscrito a John Stuart Mill, para que este fizesse observações. Mill leu o manuscrito e emprestou-o a um amigo. Esse amigo deixou-o sobre a escrivaninha certa noite, depois de lê-lo. Na manhã seguinte a empregada, procurando alguma coisa com a qual acender o fogo, encontrou a pilha de papéis soltos e, pensando que fossem rascunhos antigos, usou-os para acender o fogo. Aquilo que havia custado anos de trabalho a Carlyle era cinza agora!

Quando Mill, branco como um lençol, relatou a devastadora notícia a Carlyle, este ficou tão atônito com sua perda que não conseguiu fazer nada durante semanas. Então um dia, sentado diante da janela aberta, remoendo sua terrível perda, observou um pedreiro reconstruindo uma parede de tijolos. Pacientemente, o homem colocava tijolo sobre tijolo, enquanto assobiava uma alegre melodia.
"Pobre tonto", pensou Carlyle, "como pode estar tão alegre quando a vida é tão fútil?" Depois, repentinamente, teve outro pensamento. "Pobre tonto", disse ele de si mesmo, "você está aqui sentado junto à janela, queixando-se e lamentando, enquanto aquele homem reconstrói uma casa que durou gerações."

Levantando-se da cadeira, Carlyle começou a trabalhar no segundo rascunho da História da Revolução Francesa. Conforme seu próprio relato, e o daqueles que tiveram a oportunidade de ler ambas as versões da obra, a última foi bem melhor! A destruição de nossos queridos sonhos não precisa ser o fim do mundo. Pode ser o início de algo melhor!

Carlyle tem sido uma inspiração para muitos, no sentido de recomeçar depois de terem visto destruído o trabalho de sua vida. É improvável, entretanto, que o humilde pedreiro que deu a Carlyle a inspiração de começar de novo, tenha ficado sabendo que ele teve participação em recriar uma obra-prima literária.
Nosso inconsciente exemplo cristão pode ser exatamente o incentivo de que alguém precisa para superar um fracasso na vida.




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