segunda-feira, 9 de agosto de 2010

TEXTOS

Medo de Cair

Ora, Aquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da Sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. S. Judas 24 e 25.

Aninhado num penhasco de cem metros de altura, em Portugal, encontra-se um velho mosteiro. Em 1946, meus pais visitaram aquela impressionante estrutura enquanto esperavam vistos de entrada para Moçambique, então uma colônia portuguesa. Para chegar ao topo, mamãe e papai tiveram de ser amarrados a uma grande cesta de vime. Vários monges os içaram por uma roldana e uma corda presa à cesta.

Conta-se que uma vez um turista, tendo-se acomodado confortavelmente na tal cesta para o precário passeio, perguntou a um dos monges com que frequência a corda era substituída. "Toda vez que ela se rompe", respondeu o monge.

Se nossa vida depende de algo ou de alguém, queremos ter a certeza de que essa pessoa ou coisa não nos vai deixar "cair" num momento crítico. Assim é a nossa natureza.

Nada de origem humana poderá manter-nos em pé para sempre. Mas no âmbito espiritual há Um que pode, se Lho permitirmos. A promessa é segura: "O Deus eterno é a tua habitação, e por baixo de ti estende os braços eternos." Deut. 33:27.

O Príncipe da Paz

Porque um Menino nos nasceu, um Filho se nos deu; o governo está sobre os Seus ombros; e o Seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Isa. 9:6.

Jesus é muitas vezes chamado o Príncipe da Paz, mas incontáveis guerras têm sido paradoxalmente travadas em Seu nome durante os últimos dois mil anos.

Havia uma estrela de prata pendurada na Igreja da Natividade, em Belém, sobre o suposto local do nascimento de Jesus. Visitei essa gruta em 1959, quando participei de uma excursão pelas terras bíblicas. Vi uma estrela feita no chão, sob a manjedoura. Mas não pude ver nenhuma estrela de prata pendurada. Mais tarde fiquei sabendo que havia uma estrela, sim, mas que havia sido removida uns cem anos antes.

Em 1853 aquela estrela se havia tornado o foco de uma discussão que causou, em pouco tempo, a Guerra da Criméia. Tudo começou quando um clérigo da Igreja Ortodoxa Oriental decidiu substituir a estrela por uma outra da própria igreja. O clérigo do rito latino discordou. O primeiro era apoiado pela Rússia: o segundo, pela França. Quando a Turquia se colocou ao lado da França, a Rússia foi à guerra contra a Turquia. A França, a Grã-Bretanha e a Sardenha, por sua vez, declararam guerra contra a Rússia. A guerra durou três longos anos e resultou em dezenas de milhares de soldados mortos e feridos. Por fim, os aliados venceram. O lado irônico do fato é que a estrela de prata, o centro da contenda, foi retirada permanentemente dois anos depois da guerra, mas deixou um legado de má vontade que durou muito tempo.

Você já parou para pensar por que Cristo tem sido tão frequentemente ligado à guerra e ao derramamento de sangue, quando Ele é o Príncipe da Paz? Não é Cristo que causa essas guerras. Elas são causadas por indivíduos que professam ser Seus seguidores (ver S. Tiago 4:1 e 2), mas aparentemente nunca experimentaram, e portanto não revelam por suas ações, a paz da qual Jesus é o príncipe (ver S. João 16:33).

Esta é a época do ano em que os pensamentos de muitos se voltam para o nascimento do Príncipe da Paz. Que seja também o tempo em que os seus e os meus pensamentos se voltem para Ele. Que Jesus nasça outra vez no seu coração e que você experimente sempre a paz que Ele oferece - a paz "que excede todo o entendimento". Filip. 4:7.

Apanhado o Verdadeiro Rebelde

Exaltado seja o Deus de minha salvação! o Deus que por mim tomou vingança...; o Deus que me livrou dos meus inimigos; sim, Tu que me exaltaste acima dos meus adversários, e me livraste do homem violento. Sal. 18:46-48.

Na segunda metade do século dezesseis, na Escócia, John Welsh (ou Welsche), pregador e genro do reformador escocês John Knox, foi perseguido implacavelmente por aqueles que desejavam tirar-lhe a vida. Durante longo tempo ele conseguiu escapar de seus perseguidores, mas por fim parecia não haver lugar seguro onde esconder-se. Ele orou e creu que Deus lhe mostraria um plano para despistar os inimigos.

Naquela noite, Welsh bateu à porta de um homem bem conhecido por sua feroz oposição aos assim-chamados "pregadores do campo", um homem que procurara prender Welsh mas nunca o havia encontrado. Não reconhecido pelo dono da casa, Welsh foi recebido com bondade. Durante a noite, a conversa chegou ao odiado Welsh. O anfitrião queixou-se amargamente de não ter conseguido capturar esse homem que ele considerava um rebelde e agente de Satanás.

- Fui encarregado - disse Welsh - de capturar essas pessoas. Eu sei onde Welsh vai pregar amanhã. Se o senhor quiser, posso colocá-lo em suas mãos.

- Nada me daria mais prazer - disse o dono da casa.

No dia seguinte, Welsh e seu anfitrião caminharam até o lugar onde os fiéis haviam combinado reunir-se. Welsh convidou seu anfitrião a sentar-se na única cadeira disponível - uma cadeira que Welsh havia providenciado especialmente para ele. Então começou a pregar acerca do amor de Deus pelos pecadores. Falou com um poder tão persuasivo e tocante, que o coração de seu inimigo se comoveu.

No encerramento da reunião, Welsh disse:

- Senhor, eu sou Welsh. Leve-me e prenda-me, e faça o que bem quiser.

Seu ex-inimigo, agora amigo e converso, recusou!

"Quando, com fé, lançarmos mão de Sua força, Ele mudará, mudará maravilhosamente, a mais desesperançada e desanimadora das perspectivas. Ele o fará para a glória de Seu nome. Deus pede aos Seus fiéis, aos que nEle crêem, que falem de ânimo aos incrédulos e desesperançados." - Serviço Cristão, pág. 234.

Essas palavras devem encorajar-nos quando as perspectivas parecem sombrias.

Hábito de Explodir

Conta-se a história de um monge que tinha o hábito de explodir em acessos de fúria e culpar seus companheiros quando as coisas davam errado. Decidiu afastar-se da causa de seus problemas e foi para um mosteiro do deserto, onde praticamente não tinha contato com outros seres humanos.

Certa manhã, após instalar-se em sua nova morada, esbarrou acidentalmente no cântaro de água e lhe derramou o conteúdo. Ficou enfurecido, mas não havia ninguém por perto a quem culpar. Encheu novamente o cântaro. Pouco tempo depois, o mesmo fato se repetiu. Num ímpeto de ira, arremessou o cântaro ao chão, fazendo-o em pedacinhos.

Depois de acalmar-se, começou a refletir e chegou à conclusão de que seu mau humor era problema dele mesmo, e não dos outros.

Frequentar a Igreja

Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações, e tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima. Heb. 10:25.

Michael Faraday, grande cientista britânico que fez várias descobertas importantes no campo do magnetismo, era um cristão sincero que achava mais importante assistir aos cultos de sua igreja do que assistir a qualquer outra reunião. Em uma dessas "outras" reuniões, ele manteve o auditório boquiaberto com a demonstração das propriedades do ímã. Encerrou sua palestra com uma experiência tão inédita, fascinante e impressionante, que por algum tempo o salão reverberou com entusiásticos aplausos.

Quando as palmas diminuíram, o Príncipe de Gales se pôs em pé e propôs um brinde a Faraday, mas o grande homem não estava mais ali para recebê-lo. Finalmente, um dos assistentes de Faraday levantou-se e explicou que o físico havia saído para um culto de oração numa pequena igreja (uma congregação que não contava com mais de 20 membros), onde Faraday era ancião.

Que exemplo de assiduidade às reuniões de oração! Que testemunho em favor de Cristo!

Tem-se declarado que a saúde espiritual de uma igreja pode ser acuradamente avaliada com base na freqüência aos cultos de oração. Se isso é verdade, igrejas com pouca assistência estão às portas da morte espiritual, e outras que já desistiram completamente dessas reuniões podem ter morrido.

Que pode você fazer, que posso eu fazer para despertar os cristãos dessa letargia mortal? Que podemos nós fazer para consolidar "o resto que estava para morrer"? Apoc. 3:2.

Nosso verso para meditação sugere que o maior motivo para a fiel assistência aos cultos da igreja é o fato de que "o dia" da volta de Cristo "está agora mais perto do que quando no princípio cremos. Vai alta a noite e vem chegando o dia". Rom. 13:11 e 12. Os sinais dos tempos nos confirmam isso!

Em vista da proximidade da volta de Cristo e da admoestação para que sejamos fiéis na freqüência à igreja, quão incoerente seria de nossa parte professar a crença no segundo advento enquanto nos descuidamos da assistência aos cultos!

Como o Amor Lida com o Ódio

Raiva e ódio só produzem brigas e confusão; mas o amor esquece e perdoa todas as ofensas. Prov. 10:12 (A Bíblia Viva).

Aaron Burr, soldado americano e líder político, era talentoso, capaz e bem-apessoado, mas junto com essas admiráveis qualidades tinha um aspecto odioso de caráter, que acabou causando a sua queda.

Por ocasião da eleição nacional de 1800, Thomas Jefferson concorreu para a presidência dos Estados Unidos como líder do Partido Democrático, tendo a Burr como o seu candidato para a vice-presidência. Devido a um erro crasso no processo eleitoral, Burr recebeu o mesmo número de votos de Jefferson. Como resultado, a eleição teve de ser decidida no Congresso. Lá, Burr passou a incentivar os congressistas para que o elegessem presidente, em lugar de Jefferson. Este, por sua vez, foi suficientemente sábio para manter-se calado. Mas Alexander Hamilton, um oponente federalista que odiava Burr e, aparentemente, percebia mais do que Jefferson os defeitos de caráter de Burr, persuadiu o Congresso a eleger Jefferson, e não Burr. Este jamais perdoou a Hamilton.

Em 1804, quando Burr concorreu para o governo de Nova Iorque, Hamilton mais uma vez jogou sua influência contra ele, e Burr perdeu de novo. O ressentimento reprimido agora flamejou como ódio ostensivo. Burr desafiou Hamilton para um duelo. Hamilton aceitou.

Os dois homens se encontraram em uma área isolada perto de Weehawken, Estado de Nova Jersey. O tiro da pistola de Burr matou Hamilton. A vingança pode ter tido um gostinho doce, mas acabou com a carreira política de Burr. Muito tempo depois, ele admitiu que teria sido mais sábio enterrar o ódio. Caso o tivesse feito, poderia ter conseguido finalmente tornar-se presidente dos Estados Unidos. Em vez disso, perdeu tudo o que esperava conquistar e morreu como um velho e amargo homem.

O ódio, no fim das contas, é autodestrutivo.

Dar Graças a Deus Por Tudo

Em tudo dai graças. I Tes. 5:18.

Espera Deus que Lhe agradeçamos tudo - mesmo que nos sobrevenham infortúnios? Algumas pessoas parecem achar que sim.

Lembro-me de ter lido, anos atrás, um relato publicado numa revista popular de notícias acerca de uma organização religiosa que ensinava seus adeptos a literalmente darem graças a Deus por tudo o que lhes acontecia, bom ou mau. Como exemplo, a revista citava o caso de um frentista de posto de gasolina que fora agredido por uma gangue de arruaceiros. O rapaz tinha ficado inconsciente e fora roubado, mas, por sorte, não morrera. Quando recuperou a consciência, em vez de lamentar seu infortúnio, exclamou: "Graças a Deus!"

Posso estar enganado, mas acho que o rapaz estava agradecendo a Deus por lhe haver poupado a vida, e não por ter sido assaltado. Mas suponhamos que ele estava dando graças a Deus por sua desdita; espera Deus realmente que Lhe agradeçamos as más coisas que nos acontecem?

Aparentemente, Jó pensava assim. Quando sua esposa recomendou que ele amaldiçoasse a Deus e morresse, Jó respondeu: "Temos recebido o bem de Deus, e não receberíamos também o mal?" Jó 2:10 - grifo acrescentado. Jó cria que tanto o mal como o bem vêm de Deus e, sendo que era apropriado agradecer-Lhe o bem que Ele concede, devia ser igualmente apropriado agradecer o mal que Ele envia.

Acontece que, embora Jó aparentemente não tenha ficado sabendo, ele estava errado. Ao contrário do que acontece conosco, ele nunca foi levado para os bastidores para ver que Satanás, e não Deus, era a causa de suas aflições. É Satanás, o originador do pecado, o responsável último por todo sofrimento, e com certeza nenhum sofredor lhe deve agradecimentos por suas desventuras.

Mas observe que Paulo não diz: "Por tudo dai graças", mas: "Em tudo dai graças" - e isso faz toda a diferença no mundo. Significa que devemos manter uma atitude constante de gratidão, tanto na prosperidade como na adversidade. Na prosperidade, porque sabemos que todas as bênçãos vêm de Deus; na adversidade, porque sabemos que Deus pode tirar algo bom de algo mau - uma bênção a partir de algo que parece maldição (ver Nee. 13:2).

Dia de Ação de Graças

Andarei, Senhor, ao redor do Teu altar, para entoar, com voz alta, os louvores, e proclamar as Tuas maravilhas todas. Sal. 26:6.

O costume de separar dias para ações de graça não é de origem recente. Era prática comum entre o povo nos tempos do Antigo Testamento. Por outro lado, o costume de separar um dia por ano para dar graças pelas bênçãos de Deus originou-se nos tempos modernos, na América do Norte.

No dia 21 de dezembro de 1620, o navio Mayflower, sob o comando do Capitão Christopher Jones, lançou âncoras na Baía de Plymouth. A perigosa travessia desde o Velho Mundo havia levado dois meses - um período longo para os padrões de hoje. Antes de pisar em terra, os 41 homens a bordo assinaram o famoso "Pacto do Mayflower". Pela assinatura desse documento, a fidelidade daqueles sinceros cristãos tomou forma visível. Não apenas agradeceram as providências de Deus; renovaram também a sua dedicação a um princípio - a fé. A fé os havia levado a planejar aquela viagem, a fé os havia sustentado na jornada e a fé agora os constrangia a erguer as vozes em louvor e gratidão a Deus por tê-los levado em segurança "ao desejado porto" (Sal. 107:30).

Durante o inverno que se seguiu, pereceu a metade dos passageiros e da tripulação. Apesar disso, quando a primavera chegou e o Capitão Jones ofereceu passagem grátis a qualquer que desejasse retornar para o antigo continente, nem uma única alma lhe aceitou o oferecimento!

A fé daqueles Peregrinos, que poderiam ter retornado para o Velho Mundo, é reminiscência da sólida fé de Abraão, Isaque e Jacó. Eles "confessaram que eram estrangeiros e peregrinos sobre a Terra. ... E, se, na verdade, se lembrassem daquela [pátria] de onde saíram, teriam oportunidade de voltar". Mas eles não voltaram! Por quê? Porque aspiraram "a uma pátria superior, isto é, celestial". Heb. 11:13, 15 e 16.

Você e eu também somos estrangeiros e peregrinos na Terra. Ao darmos graças a Deus hoje por bênçãos materiais, agradeçamos-Lhe também o país celestial que Ele tem preparado para os fiéis de todas as épocas (ver Heb. 11:39 e 40).

Romper o Ciclo da Hostilidade

Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. S. Mat. 5:9.

Algum tempo atrás, uma senhora escreveu para a conselheira Ann Landers, que mantém uma coluna em muitos jornais. O pseudônimo da consulente era "Filha. Qualquer lugar. EUA." Essa senhora descreveu sua mãe como "a pessoa mais imprestável do mundo".

Contou como sua mãe a criticara desde quando ela se conhecia por gente, fazendo com que se sentisse tola e inútil.

Por sorte, aquela senhora se havia casado com um pacificador - o tipo de pessoa sobre a qual Jesus estava falando quando pronunciou a sétima bem-aventurança. O marido daquela senhora ajudou-a a ver que sua mãe era produto da criação que recebera, e levou-a a imaginar como teria sido a infância dela, já que a sua mãe tinha sido crítica, egoísta e intratável. A consulente se lembrava muito bem de sua avó.

Aceitou a sugestão do marido e não teve dificuldade para imaginar como teria sido a infância de sua mãe. Devia ter sido pelo menos tão ruim como a dela mesma.

Quando a remetente daquela carta começou a ver a questão sob essa luz, a atitude dela para com a sua mãe começou a mudar também. A compaixão substituiu a hostilidade. E, embora sua mãe não tivesse mudado basicamente de conduta na ocasião em que a carta foi enviada (talvez isso fosse esperar demais!), a filha havia mudado, e isso é que era importante.

O melhor, entretanto, foi que seu relacionamento com a mãe melhorou a ponto de ela poder passar por alto as críticas. Em compensação, percebeu que sua mãe não lhe jogava mais tantas farpas. Esperava até que um dia ela e a mãe pudessem ser amigas.

Não Brinque Jamais com o Pecado

Cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. S. Tiago 1:14 e 15.

Vários anos atrás, Burt Hunter, um repórter do jornal Long Beach Press Telegram, recebeu a incumbência de escrever uma reportagem acerca de uma mulher da cidade que lidava com serpentes. Quando o repórter foi à casa dela, uma autêntica mansão, descobriu que a mulher era jovem e de uma beleza estonteante.

Quando Burt expressou surpresa pelo fato de ela envolver-se numa atividade tão arriscada, a moça riu.

- Acho que gosto desse ingrediente de perigo. Mas qualquer dia desses vou ficar cansada de mexer com serpentes e daí partirei para outra coisa.

Enquanto Burt aprontava o seu equipamento fotográfico, a jovem trouxe algumas cestas de vime contendo vários répteis venenosos e colocou-as no chão. Depois de segurar vários deles, ela disse:

- Agora fique bem quieto. Esta é a minha serpente mais nova. É muito venenosa e ainda não está bem acostumada comigo.

Enquanto Burt observava, a moça ergueu a cobra de dentro do cesto. Repentinamente parou.

- Algo está errado - disse ela. - Não sei o que é, mas vou precisar colocá-la... - E não terminou a frase. Em poucos instantes ficou rígida. A serpente a havia picado!

- Rápido! - disse a moça, ofegante. - Corra ao banheiro, no piso superior. Na caixinha de remédios vai encontrar um frasco de contraveneno. Depressa, por favor!

Quando Burt retornou com o precioso soro, a moça lhe pediu que pusesse o contraveneno em uma seringa. Em seu nervosismo, Burt apertou muito o frasco. Este quebrou-se! O precioso líquido lhe escorreu entre os dedos.

- Você tem outro frasco? - perguntou ele, ansioso.

- Era o único que eu tinha - respondeu com voz fraca a jovem desesperada. Em poucos minutos lhe sobreveio a agonia da morte, e aquela vida se foi.

Muitos que brincam com as mortíferas serpentes do pecado manifestam a mesma ousada desconsideração para com o seu bem-estar eterno revelada por aquela encantadora de serpentes de Long Beach. Quando se trata desse tipo de serpentes, a única atitude segura é: "Não manuseies isto, ... não toques aquilo outro." Col. 2:21.

A Cidade com Fundamentos

Abraão... peregrinou na terra da promessa... habitando em tendas... porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador. Heb. 11:8-10.

Alguns anos atrás, os editores de mapas dos Estados Unidos pesquisaram as condições de vida em todas as grandes cidades daquele país e chegaram à conclusão de que a cidade de Yuba, na Califórnia, tinha as piores condições. Por outro lado, Pittsburgh, na Pensilvânia, foi colocada como a melhor. Compreensivelmente, os habitantes de Yuba não ficaram felizes ao tomar conhecimento da pesquisa, e isso se justifica.

Não faz muito tempo, li que as cidades do mundo todo estão-se deteriorando rapidamente no aspecto físico. Em Nova Iorque, por exemplo, os canos que levam a água para a cidade estão num estado tão lamentável que, se eles se rompessem, a cidade enfrentaria uma catástrofe de grandes proporções. Substituí-los seria tão dispendioso, que essa solução foi posta de lado como virtualmente inviável.

Mas as cidades não estão enfrentando meramente a deterioração física. Estão declinando moral e espiritualmente também - e por infelicidade essa deterioração infecta as cidades pequenas do mesmo modo. Segundo uma pesquisa divina, feita nas grandes cidades da Terra há muitos anos, nenhuma delas é um lugar ideal para se viver - e o conselho é sair delas do modo mais rápido e prudente possível. (Ver o livrinho Vida no Campo, de Ellen G. White.)

Atente para estas palavras de conselho e advertência: "Nossas cidades estão se tornando cada vez mais ímpias, e cada vez mais se torna evidente que os que desnecessariamente nelas permanecem, fazem-no pondo em perigo a salvação de sua alma." - Vida no Campo, pág. 14.

A cidade na qual Abraão esperava morar tinha "fundamentos". Isso é entendido como referência à Nova Jerusalém (ver Apoc. 21). A Palavra de Deus nos assegura que "nela nunca jamais penetrará coisa alguma contaminada, nem o que pratica abominação e mentira, mas somente os inscritos no livro da vida do Cordeiro". Apoc. 21:27.

Que prazer será viver naquela cidade! Nossa peregrinação aqui na Terra é o preparo para nos tornarmos habitantes daquela grande metrópole.

A Visão do Quadro Completo

Sois... edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo Ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito. Efés. 2:19-22.

Christopher Wren, o famoso arquiteto inglês que projetou a Catedral de S. Paulo, em Londres, caminhava certo dia pelo prédio em construção e perguntou a cada operário o que estava fazendo. Um deles disse que estava assentando tijolos; outro, que estava colocando os vitrais no lugar; outro ainda, que estava fazendo trabalho de carpintaria para a construção. Nenhuma das respostas foi a que o Sr. Christopher desejava ouvir.

Quando o grande arquiteto estava para deixar o local da construção, passou por um homem que misturava argamassa. Fez-lhe a mesma pergunta.

Erguendo-se acima de sua humilde tarefa, o operário respondeu com orgulho: "Estou construindo uma grande catedral, senhor!"

Que resposta! Que visão! Um artesão medíocre não via nada além da tarefa específica na qual estava envolvido, mas ali estava um homem que, embora executando um trabalho de subalterno, olhava para além da argamassa e conseguia divisar o quadro completo.

Quando eu era adolescente, cantávamos um hino intitulado "Construindo Para a Eternidade". A primeira estrofe era mais ou menos assim:

Com alegria ou tristeza, estamos edificando

um templo que o mundo pode nem ver;

o tempo não pode danificá-lo nem destruí-lo;

construímos para a eternidade. - N. B. Sargent

Quer nos demos conta, quer não, todos estamos envolvidos na construção de um templo. Nossa tarefa pode não parecer importante, mas segundo o nosso texto estamos moldando a vida para ocupar um lugar no templo espiritual de Deus. Pergunte a si mesmo assim como eu me pergunto: "Sou eu como os pedreiros comuns na construção da Catedral de S. Paulo ou como o misturador de argamassa, que captou a visão do quadro completo?"

Fiel Até a Morte

Eles, pois, ... venceram [Satanás] por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram, e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida. Apoc. 12:11.

A dedicação a uma causa, especialmente em face da morte, é uma raridade nos dias de hoje. Existem, entretanto, notáveis exceções. Durante a Segunda Guerra Mundial, apareceu nos jornais ingleses um anúncio solicitando mensageiros voluntários para os encarregados pelos alarmes antiaéreos. Dizia o seguinte: "Rapazes de 16 anos para cima, como mensageiros. Apresentar-se à chefia do alarme antiaéreo."

Derrick Belfall, de apenas 14 anos, sentiu-se chamado a fazer algo por seu país devastado pela guerra e ofereceu os seus préstimos. Foi recusado por causa de sua idade. Sem desistir, apresentou-se repetidas vezes até que, finalmente, foi aceito. Recebeu a incumbência de levar mensagens aos encarregados do alarme antiaéreo em várias partes da cidade. Era costume dele, após retornar de uma "missão", dizer respeitosamente: "Derrick Belfall relatando; entreguei a mensagem."

Certo dia, quando voltava de um de seus compromissos, passou por um prédio que havia sido recentemente demolido por uma bomba. A equipe de resgate trabalhava freneticamente para afastar o entulho.

Derrick ouviu um choro de criança e ofereceu ajuda. Aceitaram.

Desceu ao porão e, tendo encontrado a criança, levou-a para que os membros da equipe de resgate a colocassem fora de perigo. Antes que ele mesmo pudesse pôr-se a salvo, uma parede desabou imprensando-o irremediavelmente. Quando lhe perguntaram se queria enviar um último recado a alguém, ele respondeu: "Digam simplesmente: 'Derrick Belfall relatando; entreguei a mensagem."'

Ao participarmos da guerra contra o mal, nós também nos apresentamos como voluntários para servir a uma causa - e pessoas de todas as idades são bem recebidas; ninguém é rejeitado por ser muito jovem ou muito idoso. Grande número de voluntários antes de nós já ganharam a vitória sobre Satanás, pelo sangue do Cordeiro e a palavra de Seu testemunho.

Vinho Novo e as Macedõnias de Deus

Quando se acha vinho num cacho de uvas, dizem: Não o desperdices, pois há bênção nele. Isa. 65:8.

Muitos anos atrás, Charles E. Welch e esposa, jovens ainda, aceitaram o chamado para trabalhar num campo missionário da África. Durante o exame médico da esposa, entretanto, descobriu-se que ela não suportaria um clima quente e úmido sem pôr em risco a sua saúde. O chamado foi cancelado. Frustrado, mas decidido a servir ao Senhor em algum outro setor, o marido começou a procurar maneiras de ganhar dinheiro para que ele e sua esposa pudessem contribuir na disseminação das boas novas da salvação em terras estrangeiras.

Antes do desapontamento, Thomas B. Welch, pai daquele jovem, dentista e abstêmio, havia feito experiências no sentido de evitar que o suco da uva fermentasse. Ele cria que o uso do vinho na Santa Ceia era incompatível com o ensino bíblico acerca das bebidas alcoólicas.

Charles, então, assumiu as experiências de seu pai e dedicou tempo e energias a esse projeto. Oportunamente, ele obteve sucesso além das expectativas. O casal Welch contribuiu com milhares de dólares para as missões estrangeiras a partir da venda do famoso Suco de Uva Welch.

Uma coisa parecida aconteceu com os primeiros missionários que levaram o evangelho à Europa. Você recorda: Paulo e Silas haviam decidido ir para a Bitínia, uma região situada onde agora está o noroeste da Turquia, mas quando tentaram ir, "o Espírito de Jesus não o permitiu". Atos 16:7. Talvez nunca cheguemos a compreender todas as razões que o Espírito Santo tinha para impedi-los de ir para a Bitínia, mas daí, quando consideramos a colheita de almas na Macedônia por terem obedecido à voz do Espírito, é possível que comecemos a entender.

Você já passou pela experiência de ver um plano seu fracassar, um plano que aparentemente estava em harmonia com a vontade de Deus, para depois descobrir que Ele tinha outra coisa em mente para a sua vida? Diz a Inspiração que "nossos planos são com freqüência frustrados, a fim de que sejam cumpridos os planos de Deus a nosso respeito". - A Ciência do Bom Viver, pág. 473.

Sim, podemos ter nossas Bitínias, mas Deus tem as Suas Macedônias.

Compulsão Para Pregar o Evangelho

Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho! I Cor. 9:16.

A maioria das pessoas com certeza sabe que, uns 75 anos após o naufrágio do SS Titanic, os seus destroços foram descobertos e fotografados no fundo do Atlântico Norte. Não se encontravam no local imaginado durante todos aqueles anos. Enquanto escrevo, o rádio anuncia que uma investigação recentemente concluída revelava que era falsa a alegação feita pelo comandante do SS Californian, de que seu navio estava "muito distante" do Titanic para lhe resgatar os passageiros. Se essa conclusão é verdadeira, que terrível exemplo de crassa indiferença! Mas, graças a Deus, nem todos foram tão insensíveis como aquele comandante em relação com as mais de 1.500 almas que pereceram naquela noite.

Quatro anos depois que o Titanic naufragou, um jovem escocês levantou-se numa reunião em Hamilton, no Canadá, e disse: "Eu sou um sobrevivente do Titanic. Estando eu à deriva sozinho, agarrado a um objeto que flutuava, as correntes trouxeram John Harper, o pregador de Glasgow, para perto de onde eu me encontrava.

'Homem', perguntou ele, 'está você salvo?'

"'Não', respondi eu. 'Não estou.'

"'Creia no Senhor Jesus Cristo, e será salvo', admoestou ele. E fomos separados.

"Mas é estranho dizer que, pouco mais tarde, as ondas nos aproximaram novamente e ele perguntou: 'Você está salvo agora?' Tive de responder: 'Honestamente, não posso dizer que já esteja.'

"Ele simplesmente repetiu: 'Creia no Senhor Jesus Cristo, e será salvo.'

"Pouco depois disso, fomos separados pela última vez. Foi então que, sozinho naquela noite, aceitei a Jesus Cristo como meu Salvador. Sou o último converso de John Harper."

Foi esse o tipo de preocupação pelas almas que Paulo manifestou quando disse: "Ai de mim se não pregar o evangelho!" É o tipo de interesse que todos os cristãos devem ter. É verdade que nem todos recebemos os mesmos talentos, mas devemos usar aqueles que nos foram concedidos para ajudar a salvar outras pessoas.

Não a Gramática, Mas a Mensagem

Pelo que por lábios gaguejantes e por língua estranha falará o Senhor a este povo, ao qual disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério; mas não quiseram ouvir. Isa. 28:11 e 12.

Os mais bem-sucedidos ganhadores de almas nem sempre foram os pregadores mais corretos e polidos. Às vezes Deus tem escolhido pessoas humildes, homens e mulheres sem instrução para proclamarem a Sua mensagem.

Nosso verso fala daqueles que "não quiseram ouvir" a mensagem de Deus, porque a fala de Seu mensageiro era "gaguejante" e "estranha". Essas pessoas perdem muito por adotarem essa atitude. Será que elas pertenceriam àquela classe de pessoas acerca das quais Paulo diz que se cercaram "de mestres... como que sentindo coceira nos ouvidos"? II Tim. 4:3.

No início do ministério do grande evangelista Dwight L. Moody, um crítico abordou-o dizendo que sua gramática era fraca e sua dicção deixava muito a desejar.

- Sr. Moody - censurou o crítico - o senhor não deve falar em público enquanto não aperfeiçoar sua gramática. O senhor comete tantos erros gramaticais, que é uma vergonha!

- Sou deficiente em muitas coisas - concordou Moody - mas estou fazendo o melhor com aquilo que tenho. - Depois, virando o feitiço contra o feiticeiro, Moody perguntou: - Meu amigo, você tem gramática perfeita. O que está fazendo por Jesus?

Tanto quanto eu saiba, o crítico nunca respondeu à pergunta.

Por outro lado, o fato de Deus utilizar às vezes pessoas que não cultivam a oratória para proclamar a mensagem, não é motivo para que adquiramos hábitos desleixados no falar. Creio que todos concordam que um orador humilde e consagrado, que usa boa gramática e sintaxe e atrai a atenção dos ouvintes a Deus e Sua mensagem, apesar de uma dicção imperfeita, pode servir a Deus com mais eficiência do que alguém que fala displicentemente.

O simples fato de nossa oratória ser imperfeita não é desculpa para esconder nossa luz sob o alqueire. Ao permitirmos que o Espírito Santo nos use, podemos ser instrumentos competentes na conquista de almas, mesmo que não consigamos pregar como Paulo.

Precisa-se de Tia Ana

[Nós] nos tornamos dóceis entre vós, qual ama que acaricia os próprios filhos; assim, querendo-vos muito, estávamos prontos a oferecer-vos, não somente o evangelho de Deus, mas, igualmente, a nossa própria vida. I Tes. 2:7 e 8.

Bem no início do século vinte, uma turma do curso de sociologia na Universidade Johns Hopkins fez um estudo entre as crianças da pior favela de Baltimore. Os estudantes daquela classe visitaram os lares das crianças, anotaram as boas e más influências que as cercavam e tabularam suas observações em fichas. Duzentas dessas fichas foram marcadas com a anotação: "Destinado à cadeia." As fichas foram arquivadas para estudos e consultas posteriores.

Vinte e cinco anos mais tarde, outra turma da mesma universidade procurava um estudo para realizar e encontrou aquelas fichas.

Decidiram procurar aquelas pessoas e descobrir o que lhes havia acontecido. Não foi fácil encontrá-las, mas finalmente localizaram todas, uma por uma. Ficaram estupefatos com o que descobriram.

Somente duas daquelas 200 haviam passado algum tempo na cadeia! Os alunos da segunda turma se perguntavam como é que os estudantes da primeira turma se haviam enganado tanto.

A razão se chamava Tia Ana. Essa mulher era uma professora de primeiro grau que lecionava nas favelas de Baltimore e revelava interesse pessoal por seus alunos. Vez após vez, o testemunho daqueles que ela havia influenciado era: "Não resta dúvida de que meu destino era a prisão, mas Tia Ana fazia questão de me colocar na direção certa, e isso constituiu toda a diferença."

Quando solicitada a contar de seu sucesso, Tia Ana respondeu modestamente: "Eu apenas os amava como se fossem meus próprios filhos. Sabe, nunca tive meus próprios meninos e meninas; dessa maneira, todos eles eram meus em certo sentido."

Que nobre espírito!

Hoje, quase um século depois dessa história, as crianças da América encontram-se em sérias dificuldades. E não apenas as crianças da América; no mundo todo a delinqüência entre os menos privilegiados e também entre os abastados está aumentando. Uma Tia Ana moderna poderia fazer a diferença. Seria possível que Deus estivesse chamando você para esse tipo de trabalho? Se estiver, Ele encontraria você disposto a dar-se por amor a essas crianças?

Preocupação com o Povo Escolhido

Procedi, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus. I Cor. 9:20.

Embora Paulo fosse judeu, ficou conhecido como o apóstolo dos gentios porque levou a história da salvação aos não-judeus do mundo mediterrâneo. Mesmo assim, não se esqueceu de seu próprio povo.

Preocupava-se com seus irmãos judeus. Observe como ele exclama, em angústia de espírito, em Romanos 9:1-3: "Israel, meu povo! Meus irmãos judeus! Como anseio que vocês vão a Cristo! Meu coração está abatido dentro de mim, e eu me entristeço amargamente dia e noite por causa de vocês. Cristo sabe - e também o Espírito Santo - que não é mera pretensão minha quando digo que estaria pronto a ser condenado eternamente, se isso pudesse salvá-los." (A Bíblia Viva.)

Moisés sentiu a mesma coisa, porque depois que os israelitas adoraram o bezerro de ouro, ele disse: "O povo cometeu grande pecado! Fez deuses de ouro! Mas agora Lhe imploro que perdoe esse pecado. Se não, eu peço que me risque do livro que escreveu." Êxo. 32:32 (A Bíblia Viva). Que preocupação tinham esses homens por seu povo!

Richard Wurmbrand, autor do livro Tortured for Christ (Torturado por Causa de Cristo), embora judeu de nascimento, foi um ateu professo antes de tornar-se cristão. Sem que ele soubesse, um carpinteiro cristão que morava nas montanhas dos Cárpatos, na Romênia, começou a orar para que Deus o ajudasse a conquistar um judeu para Cristo antes de morrer.

Certo dia, o carpinteiro foi irresistivelmente atraído para a vila onde Wurmbrand morava. Quando soube que Wurmbrand era judeu, fez amizade com ele. Mas fez mais do que isso. Passou horas em oração silenciosa, buscando maneiras de conduzir Wurmbrand a Cristo. À medida que o Espírito Santo trabalhava através do carpinteiro, despertava-se o interesse de Wurmbrand. O carpinteiro deu-lhe uma Bíblia. A convicção levou à conversão, e aquele que outrora fora ateu, tornou-se um seguidor do humilde Nazareno. Tempos depois, Wurmbrand foi instrumento para a conquista de muitos outros para Cristo.

Se Alguém Tem Sede

No último dia, o grande dia da festa, levantou-Se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a Mim e beba. S. João 7:37.

O pior lugar do mundo onde sentir sede é em um deserto. Lembro-me de ter visto fotos numa revista anos atrás, mostrando dois casais que tinham ido fazer piquenique no deserto, em algum ponto do Egito, e se haviam perdido. As primeiras fotos mostravam os quatro desfrutando o lanche. Fotos posteriores já os revelavam sofrendo de sede. A última foto, aparentemente tirada pelo último sobrevivente, mostrava os outros mortos. A máquina fotográfica e os corpos foram encontrados por uma equipe de resgate.

Conta-se que antigamente, quando as caravanas de árabes ficavam com pouco suprimento de água, enviavam um cavaleiro adiante para encontrar um oásis. Depois de algum tempo, mandavam um segundo cavaleiro atrás dele, e depois um terceiro. Assim que o primeiro homem encontrava água, gritava para aquele que o seguia: "Venha!" Este, por sua vez, gritava para o outro: "Venha!" e o último repetia o convite para a caravana. Assim encorajados, homens e animais prosseguiam na esperança de em breve matar a sede.

A pior sede no mundo não é uma sede orgânica de água. É sede por aquela água que somente Jesus pode dar. Muitos que padecem dessa sede sentem que algo está faltando, mas não sabem o que é. Necessitam é da água da vida, que Cristo oferece.

Mas você já percebeu que, em Seu apelo aos pecadores sedentos, Jesus fala a respeito de você e de mim? Imediatamente após nosso verso de hoje, Ele diz: "Rios de água viva correrão do íntimo de todo aquele que crer em Mim." S. João 7:38 (A Bíblia Viva). Essa expressão nos inclui, não é verdade?

Como crentes, somos a noiva de Cristo (ver II Cor. 11:2). É por nosso intermédio que Ele distribui a água da vida. Mas essa é uma obra que não podemos fazer sozinhos. É por isso que Apocalipse 22:17 diz: "O Espírito e a noiva dizem: Vem. Aquele que ouve diga: Vem. Aquele que tem sede, venha, e quem quiser receba de graça a água da vida."

A Necessidade de Estar Vestido

Eis que venho como vem o ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para não andar nu, e não se veja a sua vergonha. Apoc. 16:15.

Desde que Adão e Eva comeram do fruto da árvore proibida, os seres humanos (generalizando) têm sentido vergonha de aparecer despidos em público. Até mesmo aqueles que têm pouco ou nenhum contato com a civilização, normalmente usam algum tipo de tanga para cobrir-se.

Alguma vez você já sonhou ter aparecido nu em público? A maioria já teve esse sonho. Recentemente, um amigo meu sonhou que estava nu em sala de aula. Podemos imaginar-lhe o constrangimento. Seu professor olhou-o dentro dos olhos, chamou-o pelo nome e lhe fez uma pergunta sobre a lição. Quando ele respondeu que não sabia, o professor mandou-o embora, sem-cerimônia.

Meu amigo diz que sabe como se sentiu o homem da parábola de Jesus sobre o traje nupcial, quando o rei entrou e viu-o impropriamente vestido (S. Mat. 22:2-13). Era culpa dele mesmo, pois o rei havia providenciado trajes para todos.

Apocalipse 3:17-20 descreve Jesus batendo a uma porta. O indivíduo atrás da porta é descrito como alguém que alega ser rico, abastado e que não precisa de coisa alguma. A verdade, porém, é que ele é "infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu" (grifo acrescentado). A condição de tal pessoa não corresponde à sua alegação. Finge não precisar de nada, mas no fundo do coração sabe que está pelado. Podemos entender sua relutância em abrir a porta, mas a solução do problema está com Aquele que espera ser recebido dentro da casa.

Em seu sonho, meu amigo parecia não ter forma de sair daquele apuro. Mas graças a Deus, enquanto o dia da salvação não chega, os pecadores podem aceitar as "vestiduras brancas" oferecidas pelo Anfitrião celestial, para que se vistam e não seja manifesta a vergonha de sua nudez (ver Apoc. 3:18).

Como Tratar um Transgressor

Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o, com o espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado. Gál. 6:1.

Walter B. Knight, autor de um livro de ilustrações, relata que certo membro de igreja cometeu grave pecado, tendo tocado ao pastor o dever de lidar com o problema. Levou-o à comissão da igreja. Todos concordaram com o fato de que o pecado era hediondo. Uma irmã da comissão, furiosa, disse que aquele era um tipo de pecado do qual ela jamais seria culpada. Todos os outros membros da comissão, com exceção de um, concordaram com ela: ninguém seria apanhado cometendo aquele pecado específico. O membro que foi exceção declarou que, se tivesse sido tentado, poderia ter caído mais baixo ainda.

Quando a comissão resolveu que o irmão transgressor devia ser visitado, para se tratar do seu erro e de sua situação perante a igreja, o pastor escolheu levar consigo o membro da comissão que admitiu que poderia ter pecado ainda mais gravemente. Disse o pastor: "O irmão parece ser o único, entre nós, que tem o devido espírito para visitar nosso irmão em pecado e restaurá-lo à comunhão da igreja e aceitação do Senhor."

Quando lemos Gálatas 6:1, torna-se evidente que com demasiada freqüência, em nosso trato com pecadores, deixamos de seguir o princípio e manifestar o espírito requerido pelo texto. "Mas", poderia objetar alguém, "como é que uma pessoa pode reprovar o pecado se admite que poderia ter feito coisa pior ainda? Uma pessoa deve pelo menos estar acima daquele pecado em particular; caso contrário, não tem autoridade moral."

Isso pode ser verdade, mas abordar um pecador com essa atitude "sou-mais-santo-que-você" (ver Isa. 65:5) vai apenas afastá-lo para mais longe ainda. Se já houve alguém que teve o direito de tratar pecadores com tal espírito, essa pessoa foi Jesus, que nunca pecou. E o curioso é que Ele jamais usou essa abordagem! (Ver S. João 8:3-11.).

Eu Vos Escolhi

Não fostes vós que Me escolhestes a Mim; pelo contrário, Eu vos escolhi a vós. S. João 15:16.

Wilfred Grenfell, famoso médico-missionário americano, conheceu uma jovem no navio, quando estava a caminho de seu campo de trabalho no exterior. Apaixonou-se por ela quase imediatamente, e dentro de muito pouco tempo declarou-lhe a sua intenção de casar com ela. Tomada de surpresa, a resposta da moça foi:

- Mas como, rapaz, se você nem sabe o meu nome? (Ela queria dizer "sobrenome".)

Rápido como um relâmpago, Grenfell respondeu:

- Posso não saber seu nome, mas sei qual vai ser.

A moça gostou da saída de Grenfell. Oportunamente, aceitou a proposta e o romance desabrochou num feliz casamento. Passaram muitos anos desafiadores em serviço para Deus.

Algum tempo atrás, li acerca de um jovem que estudava num internato das Índias Ocidentais. Um dia, na fila para o almoço, ele expressou de modo inédito a sua escolha da moça que lhe vinha chamando a atenção. Passou para ela um bilhetinho no qual havia rabiscado as palavras de nosso texto. Ele também foi bem-sucedido.

Mas nem sempre o resultado é esse. Afinal de contas, os seres humanos têm o direito de escolher; e quando se trata de romance e casamento, o homem propõe - mas a mulher dispõe!

Todos os seres moralmente responsáveis têm a faculdade da escolha. Quando nascemos de novo, escolhemos a Cristo, mas na realidade estamos meramente confirmando uma escolha que foi Ele quem fez. Antes que você e eu escolhêssemos a Cristo, Ele já nos havia escolhido. Efésios 1:4 nos diz que Deus fez essa escolha em Cristo "antes da fundação do mundo". A escolha incluiu a todos. "Deus não faz acepção de pessoas." Atos 10:34. Ele "deseja que todos os homens sejam salvos". I Tim. 2:4.

Nem todas as pessoas, entretanto, serão salvas, porque podemos rejeitar a escolha que Deus fez. Ele poderia, logicamente, forçar-nos a aceitar a escolha dEle, mas nunca o fará porque deseja tão-somente o serviço de amor. Afinal, esse é o único tipo de serviço que vale a pena receber.

Muito Mais do que Isso

Disse Amazias ao homem de Deus: Que se fará, pois, dos cem talentos de prata que dei às tropas de Israel? Respondeu-lhe o homem de Deus: Muito mais do que isso pode dar-te o Senhor. II Crôn. 25:9.

Amazias havia formado um exército de 300.000 homens para combater Edom, e depois havia contratado ainda 100.000 mercenários do reino de Israel por 100 talentos de prata. Hoje, essa prata seria equivalente a um milhão de dólares (não muito em termos de gastos militares hoje em dia, mas uma fortuna respeitável naquele tempo).

Foi então que certo "homem de Deus", um profeta, chegou com a mensagem. Se Amazias fosse à guerra com seus mercenários israelitas como aliados, o Senhor faria com que ele caísse diante do inimigo, "porque o Senhor não é com Israel". II Crôn. 25:7. Amazias acabaria perdendo os cem talentos, bem como o apoio do exército israelita. Que deveria fazer?

Outro dia visitei o gerente de uma casa publicadora que enfrentava um dilema semelhante. Ele aceitara fazer anúncios de certa marca de pasta de dentes de um empresário local, imprimindo-os em sua revista de saúde. Claro que não havia nada de errado com a pasta de dentes, e aquele dinheiro a mais estava ajudando a pagar despesas gerais.

Depois, sem pensar, nosso amigo aceitou o anúncio de outro produto da mesma empresa, um produto que não se harmonizava com os princípios de saúde de sua revista. Compreendeu em seguida o seu erro e explicou ao empresário que não poderia imprimir a nova propaganda. O negociante começou a discutir e ameaçou retirar todos os anúncios. Fico feliz em dizer que nosso amigo escolheu desistir dos "cem talentos", em lugar de envolver-se com algo que apontava para uma direção errada.

Você já enfrentou um dilema parecido? Alguma vez você já investiu recursos, inocentemente, em algo que prometia amplo retorno, mas que acabou sendo um negócio questionável? Nessas situações, é melhor entrar no reino sem um "olho direito" ou sem a "mão direita" (S. Mat. 5:29 e 30), do que "ganhar o mundo inteiro e perder [quem sabe] a alma". S. Mat. 16:26.

Você Decide Como Agir

Sede todos de igual ânimo, compadecidos... não pagando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados. I S. Ped. 3:8 e 9.

Os cristãos são chamados a viver a regra áurea, independentemente de como são tratados pelos outros. Isso é contrário à caída natureza humana, mas alguém que se tenha tornado participante da natureza divina é capacitado a viver por esse princípio.

Numa tarde, vários anos atrás, Sydney Harris, jornalista de Chicago, e um amigo seu dirigiram-se a uma banca de jornais e revistas. O amigo comprou um jornal e depois agradeceu ao vendedor. Este, por sua vez, mal tomou conhecimento do comprador.

- Que tipo mal-humorado, não? - observou Harris.

- Faz anos que compro jornal aqui, mas ele nunca responde - disse calmamente o amigo.

- Por que, então, você continua a ser educado com ele? - quis saber Harris.

A resposta do amigo foi reveladora:

- Por que deveria eu deixar que ele decida como devo agir?

Quando paramos para pensar nisso, vemos que existe sabedoria verdadeira nessa filosofia. As pessoas que permitem que os outros decidam como elas devem agir, estão entre as mais infelizes do mundo. Todos nós conhecemos gente assim.

Alguns têm semelhança com anfíbios. A temperatura corporal dos anfíbios (um tipo de criatura que inclui os sapos e a salamandra-aquática) é determinada pelo ambiente. Quando a temperatura ao redor de um anfíbio se eleva, a temperatura do corpo dele sobe; quando a temperatura-ambiente baixa, sua temperatura corporal cai.

Você conhece alguém, por exemplo, que deixou de freqüentar a igreja porque os membros pareciam indiferentes? Se é verdade que a igreja é fria, essa pessoa assumiu a temperatura de seu ambiente.

Li acerca de dois homens que viviam perto de um pantanal. Nenhum deles gostava de morar ali. Um deles mudou-se. O outro drenou o pântano e tornou-o habitável. Pergunte a si mesmo, assim como eu me pergunto: "Com qual desses homens eu me pareço mais?"

Influência Materna

Por isso, jovem, ... nunca deixe de lado o que aprendeu com sua mãe. Prov. 1:8 (A Bíblia Viva).

Eu tinha 20 anos de idade na primavera de 1944, quando Herbie Swick e Richie Green escaparam de nosso campo de concentração japonês para unir-se a forças guerrilheiras. Sempre realista, eu achava que, quando os americanos chegassem para libertar os prisioneiros, os nossos captores matariam aqueles entre nós que tivessem idade para serviço militar, a fim de evitar que nos tornássemos soldados contra eles. Assim, pouco depois que Swick e Green escaparam, aproximei-me de Sonny Woodson, que conhecia bem o país e falava ilocano (a língua falada na ilha) e começamos a fazer planos para fugir.

Descobrimos que podíamos escapar da prisão arrastando-nos através da valeta do esgoto atrás das barracas dos homens. Preparamos secretamente as mochilas e começamos a guardar porções de nossa ração de arroz. O grande problema eram as botas. Depois de dois anos e meio na prisão, nossos sapatos estavam em frangalhos. Mas Sonny teve uma idéia. Havia homens que, antes da guerra, tinham trabalhado em minas de ouro. Tinham botas boas, e Sonny convenceu-os a nos "emprestarem" as botas para uma peça humorística que nós, os jovens, apresentaríamos.

A hora de nossa fuga foi marcada para as 11 da noite de 10 de setembro de 1944. Até algumas horas antes da partida, tínhamos mantido segredo absoluto. Nem mesmo Ralph Longway, meu melhor amigo, sabia de nossos planos. Mas pouco depois da chamada que era feita todas as noites, fui despedir-me de minha mãe. Eu achava que ela ficaria chocada. Em vez disso, ela me olhou dentro dos olhos e disse: "Se você for, os japoneses matarão seu pai e seu irmão. Não vá!"

Quando ouvi isso, entendi que não poderia ir. Ter de contar ao meu amigo que eu não iria mais, foi uma das coisas mais difíceis que já fiz na vida. E como eu não iria, Sonny decidiu não fugir também.

Trinta e dois anos mais tarde, encontrei-me com Herbie numa reunião de ex-internos em São Francisco. Contei-lhe acerca dos nossos planos de fazer parte de seu grupo guerrilheiro e perguntei-lhe quais teriam sido nossas chances caso tivéssemos escapado do campo de concentração. "Vocês simplesmente não teriam tido chance", respondeu ele. "Nós teríamos atirado em vocês, porque vocês não haviam mantido comunicação prévia com a guerrilha. Vocês poderiam ser espiões a serviço dos japoneses. Quando Richie e eu escapamos, nós já havíamos mantido essa comunicação antecipada e obtido permissão."

Influência Paterna

Até a criança se dá a conhecer pelas suas ações, se o que faz é puro e reto. Prov. 20:11.

Uma das mais lembradas máximas de Jesus é: "Pelos seus frutos os conhecereis." S. Mat. 7:20. Estamos acostumados a julgar os adultos por essa regra, mas o que dizer das crianças e, acima de tudo, o que pode o bom exemplo delas ensinar aos adultos?

Com a idade impressionantemente precoce de 4 anos, Nicolaus Ludwig, Conde de Zinzendorf (1700-1760), reformador social e religioso da Morávia, converteu-se a Cristo. Embora seu pai tenha morrido enquanto Nicolaus ainda era bebê, sua mãe lhe contou acerca da devoção que ele nutria por Cristo. Suas agradáveis conversas causaram profunda impressão na jovem mente. Um pouco mais tarde, as palavras de um hino também exerceram influência profunda sobre a vida dele ("Tu és nosso Pai querido, pois Jesus é nosso Irmão").

"Aquelas palavras", diz o biógrafo citando Zinzendorf, "me impressionaram muito quando eu tinha quatro e cinco anos de idade; pensei que, de acordo com elas, todos nós tínhamos o direito de falar com o Salvador como com um irmão." A biografia dele também relata como, durante a infância, ele escrevia cartas para Jesus e as soltava, adejando, pela janela do segundo piso de sua casa, com plena certeza de que seu Salvador as receberia e leria. E quem pode dizer que aquelas cartas, ou pelo menos o seu conteúdo, não chegaram ao Destinatário e foram lidas? (Ver S. Mat. 18:10 e II Reis 19:14.)

Com apenas 22 anos de idade, Zinzendorf abriu sua propriedade na Saxônia para os perseguidos irmãos da Morávia e ajudou-os a fundar a Colônia Herrenhut naquelas terras. Posteriormente, uniu-se a eles na sua crença. Em 1736, recebeu a ordem de sair da Saxônia por causa de suas atividades religiosas. Dali em diante, por muitos anos, andou viajando e disseminando as crenças da Igreja da Morávia. Seus postulados teológicos exerceram uma influência benéfica e marcante sobre o protestantismo do século dezenove - e quase tudo se originou com a educação recebida na tenra infância.

Instruir Crianças

Tua esposa, no interior de tua casa, será como a videira frutífera; teus filhos como rebentos da oliveira, à roda da tua mesa. Sal. 128:3.

Samuel Taylor Coleridge conversava certa vez com uma senhora que defendia a idéia segundo a qual as crianças não devem receber instrução religiosa; devem ser deixadas a crescer "naturalmente". Desse modo, elas tomariam decisões mais "maduras", mais "racionais", porque saberiam melhor o que estavam fazendo. Essa filosofia parece plausível, mas certas coisas podem parecer plausíveis e ainda assim constituir uma falácia.

Coleridge escutou enquanto aquela mulher falava, e pouco disse. Depois, convidou-a a dar uma voltinha pelo jardim. Conduziu-a a um recanto de seu pátio onde cresciam apenas ervas daninhas.

- O que acha do meu jardim? - perguntou o poeta. - Não é bonito?

- Jardim? O senhor chama isso de jardim? Eu diria que é um canteiro de ervas daninhas.

- Bem - explicou Coleridge. - Algum tempo atrás, decidi não interferir no direito que essas plantas tinham de crescer como bem quisessem, até atingirem a maturidade.

A visitante entendeu.

Tive alguns familiares que apoiavam essa filosofia laissez faire. Não foi surpresa o fato de que os filhos deles não adotaram nenhuma religião depois de adultos. Os pais se esqueceram de que uma vez defenderam e praticaram essa filosofia. Hoje lamentam o fato de que seus filhos caçoam da religião, não têm escrúpulos morais e se rebelam contra toda autoridade.

Incutir princípios cristãos na mente das crianças não garante que elas os adotem. Afinal de contas, os seres humanos foram criados com o poder da escolha e alguns, infelizmente, fazem a escolha errada (ver Jos. 24:15 e Rom. 14:12). Mas uma criação adequada aumenta as probabilidades. Se, apesar da orientação cristã no lar, os filhos ainda tomarem o caminho errado, os pais podem pelo menos ter a satisfação de saber que fizeram o melhor ao seu alcance.

O Poder da Influência de um Pai

Tão-somente guarda-te a ti mesmo, e guarda bem a tua alma, que te não esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e se não apartem do teu coração todos os dias da tua vida, e os farás saber a teus filhos. Deut. 4:9.

Alguns anos atrás, cinco rapazes da Pensilvânia saíram de casa e partiram para o Noroeste dos Estados Unidos para começarem vida independente. Lá chegando, descobriram liberdades que nunca tinham conhecido. As tentações eram abundantes de todo lado. Encontraram emprego, ganharam dinheiro e depois de alguns anos voltaram para a casa paterna. Quatro deles, depois dessa experiência, voltaram muito piores espiritualmente. Mas um era diferente. Voltou física, mental e espiritualmente mais forte. Quando lhe perguntaram por que não havia seguido o caminho dos outros, respondeu: "Porque levei uma fotografia comigo."

Você talvez esteja imaginando que foi a foto da noiva que ele deixara para trás na Pensilvânia. Mas não. Contou ele: "Foi a foto de minha última manhã em casa. Estávamos todos sentados ao redor da mesa, na hora do desjejum; papai em uma extremidade, mamãe na outra e nós, os filhos, em volta. Não conversamos muito naquela manhã. Todos entendíamos que o círculo familiar estava-se rompendo.

"Depois do café da manhã, papai tomou a velha Bíblia da família, como era seu costume, e começou a ler. Não conseguiu ler muito. Sua voz falhou e ele não pôde continuar. Então nos ajoelhamos para a oração, e mais uma vez a voz dele falhou. Foi essa a fotografia mental que me impediu de cair nos maus caminhos. Durante o tempo em que estive fora, não pude suportar o pensamento de partir o coração de meu pai.

"O lar onde cresci foi um lar feliz. Embora a influência de minha mãe tenha sido profunda, a influência mais poderosa sobre minha vida foi a de meu pai.

Resgate de um Poço de Perdição

Tirou-me de um poço de perdição, dum tremedal de lama; colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou os passos. Sal. 40:2.

Alguns anos atrás, Tommy Stage, um menino de 7 anos de idade, caiu acidentalmente num poço de 8 metros de profundidade. Na queda, sofreu fraturas múltiplas nas pernas. Felizmente, seu pai não estava longe e presenciou o acidente.

Quando viu Tommy cair, o Sr. Stage correu até à boca do poço e ouviu seu filho gritar:

- Papai, tire-me daqui!

- Não se preocupe, filho - respondeu o pai. - Não fique com medo. Vou puxá-lo para fora tão rápido quanto for possível. Agora ouça: vou telefonar pedindo ajuda e voltarei em seguida. Encoste-se contra os lados do poço para não afundar ainda mais.

Uma equipe de resgate chegou e baixou uma corda para Tommy. O pai do garoto deu-lhe instruções específicas sobre como amarrar a corda sob seus braços e prendê-la com segurança na frente, com um nó. O menino obedeceu e foi levado à superfície uns 45 minutos depois de ter caído.

Mais tarde, os repórteres perguntaram ao Sr. Stage como era que seu filho seguia suas instruções tão fielmente, com tão pouca idade. Ele simplesmente respondeu:

- Tommy sempre foi bom no que se refere a cumprir ordens.

Alto Tempo de Despertar!

Outra razão para um viver correto é esta: vocês sabem como já é tarde. O tempo está se escoando. Despertem, pois que a vinda do Senhor está mais próxima agora do que quando cremos no princípio. A noite já passou e o dia de Sua volta estará aqui logo. Portanto, deixem as más obras das trevas e vistam a armadura de uma vida direita, como devemos fazer os que vivemos na luz do dia! Rom. 13:11 e 12 (A Bíblia Viva).

Tenho um relógio digital de pulso que me prestou bons serviços até hoje de manhã. Sua bateria acabou e, acostumado como eu estava a regular por ele minhas atividades, estou sentindo muito sua falta.

Existe um outro marcador de tempo, entretanto, que tem uma importância infinitamente maior para nós. Sem ele, estaríamos perdidos e desorientados quanto ao ponto em que nos encontramos na corrente do tempo. Refiro-me, logicamente, à profecia bíblica, ao grande relógio do tempo profético de Deus (ver Gál. 4:4). Se estivéssemos privados dele, não compreenderíamos o significado dos acontecimentos que se desenrolam à nossa volta. Ignoraríamos como nos preparar para o maior evento do futuro - o retorno de nosso Salvador como Rei dos reis e Senhor dos senhores.

Cristo advertiu: "Por isso ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do homem virá." S. Mat. 24:44. Somente aqueles que regularem a vida pelo grande relógio de Deus estarão prontos para ir com Jesus para a "pátria celestial" (Heb. 11:16) que Ele prometeu aos que O amam. Preste atenção:

"A vinda do Senhor está mais próxima do que quando aceitamos a fé. O grande conflito aproxima-se de seu fim. Toda notícia de calamidade em mar ou terra é um testemunho de que o fim de todas as coisas está próximo. Guerras e rumores de guerras declaram-no. Haverá um só cristão cuja pulsação não se acelere ao prever os acontecimentos que se iniciam perante nós?

"O Senhor vem. Ouvimos os passos de um Deus que Se aproxima, ao vir Ele punir o mundo por sua iniqüidade. Temos que preparar-Lhe o caminho mediante o desempenho de nossa parte em preparar um povo para esse grande dia." - Evangelismo, pág. 219.

Se já houve um alto tempo para despertar, é agora. Os sinais dos tempos nos dizem que Cristo vai voltar muito em breve!

Forma de Responder aos Críticos

Estou fazendo grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria a obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco? Nee. 6:3.

Esse texto relaciona-se com a reconstrução dos muros de Jerusalém após o cativeiro babilônico. A árdua tarefa foi realizada em impressionantes 52 dias, mulheres trabalhando lado a lado com os homens. (Ver Nee. 6:15 e 3:12.)

Daniel havia profetizado que os muros seriam reconstruídos "em tempos angustiosos" (Dan. 9:25). Assim, Neemias talvez não se tenha impressionado muito quando alguns críticos chegaram e tentaram impedir o trabalho. Neemias disse que Sambalá, o horonita, Tobias, o amonita, e Gesém, o arábio, haviam-no desprezado e zombado dele (2:19). Certo dia, um dos críticos foi examinar o muro e ridicularizou-o: "Vindo uma raposa derrubará o seu muro de pedra" (4:3). Mas Neemias recusou-se a interromper a obra que Deus lhe havia confiado e a discutir com seus críticos. Essa é uma boa forma de responder aos astuciosos.

Quando o Coronel George Washington Goethals estava construindo o Canal do Panamá, enfrentou problemas de topografia e de doenças tropicais que teriam intimidado um homem de menos fibra. Mas o pior problema foi que ele teve de suportar comentários irônicos de críticos amargos de seu próprio país. Estes tinham certeza de que ele fracassaria. Afinal de contas, não havia o Visconde de Lesseps, famoso construtor do Canal de Suez, desistido do projeto? Mas Goethals ignorou os astuciosos.

Certo dia, um de seus subordinados perguntou-lhe, exasperadamente:

- O senhor não vai dar uma resposta aos críticos?

- Sim, oportunamente.

- Mas quando e como?

- Com o canal.

Que bela resposta!

Quando meu pai começou a obra missionária nas ilhas dos Açores, idealizou um plano para a conquista de almas. Consistia em ir de porta em porta com folhetos e voltar na semana seguinte com um folheto novo para ser trocado pelo velho. Alguns duvidaram de que o plano funcionasse com o povo conservador daquelas ilhas. Papai nunca discutiu a questão; simplesmente saía com mamãe e conosco, os meninos, e mostrava que aquilo podia ser feito.

Se a obra que você está realizando é aprovada por Deus, não pare para discutir com seus críticos. Deixe que os resultados falem por si mesmos!

Críticas à Bíblia

Se vir que a praga se estendeu nas paredes da casa, ele [o sacerdote] ordenará que arranquem as pedras, em que estiver a praga, e que as lancem fora da cidade num lugar imundo: e fará raspar a casa por dentro ao redor, e o pó que houverem raspado lançarão fora da cidade num lugar imundo. Lev. 14:39-41.

Os críticos da Bíblia no início do século dezenove passaram um bom período ridicularizando algumas das leis de saúde ordenadas pelo código mosaico - entre elas, a prática de remover o reboco das casas de pacientes leprosos. Embora não tenhamos todas as respostas para o por quê desses regulamentos, hoje não mais ouvimos esse tipo específico de zombaria, e com uma razão.

Há cerca de 100 anos, antes que a teoria de Pasteur sobre os germes fosse claramente entendida, os cientistas observaram que os cirurgiões que realizavam amputações no Hospital Bellevue, no Estado de Nova Iorque, estavam perdendo um número alarmante de pacientes para as infecções. Observaram também que os mesmos cirurgiões, que realizavam o mesmo tipo de cirurgia no recém-construído Hospital Roosevelt, no mesmo Estado, obtinham uma elevada taxa de convalescenças bem-sucedidas.

A partir das estatísticas, os cientistas concluíram que, embora se tomasse muito cuidado com a esterilização dos instrumentos cirúrgicos e com a própria sala de cirurgia, de algum modo o reboco e o assoalho do velho prédio do hospital deviam estar abrigando germes. Estes faziam caminho até às feridas dos amputados, causando o desenvolvimento de sepsia. Como conseqüência, o Dr. H. B. Sands introduziu uma resolução segundo a qual dali em diante nenhuma cirurgia grande fosse realizada no Hospital Bellevue.

A ciência posteriormente confirmou a lei levítica de Moisés. Hoje, alguns dos germes que se tornaram resistentes aos antibióticos, como o staphylococcus aureus, continuam a ser uma ameaça aos pacientes porque eles se instalam no reboco e no piso dos hospitais.

Que podemos aprender de tudo isso? Que, embora não saibamos dar uma explicação racional para tudo o que a Bíblia diz, não devemos procurar ser mais sábios do que aquilo que está escrito (ver II Cor. 4:6). O futuro ainda pode trazer descobertas adicionais que comprovem a autenticidade da Bíblia.

Confirme Sua Reserva

Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum. II S. Ped. 1:10.

Tempos atrás, um amigo meu entrou distraidamente no avião errado. Só descobriu o engano depois de ter-se ajeitado confortavelmente no assento, quando o avião estava pronto para a decolagem! Por sorte, teve tempo de sair e embarcar no avião em que devia estar.

Em 1984, Michael Lewis, estudante na Califórnia, não teve tanta sorte. Depois de uma visita de três meses à Alemanha, ele estava retornando para sua casa em Oakland, via Los Angeles. Em Los Angeles, quando um funcionário da viação aérea da Nova Zelândia anunciou o embarque para Aukland, Lewis entendeu Oakland e entrou no avião. Depois de já estar voando, Lewis descobriu o equívoco, mas era tarde para o avião retornar. Quando voltou para os Estados Unidos (nada menos que por cortesia da viação aérea da Nova Zelândia!), ele explicou que o problema era que os neo-zelandeses "falavam diferente"...

Nós sorrimos por causa do erro de Lewis. Cometer esse engano é embaraçoso, mas errar no que diz respeito ao nosso destino eterno não é nada engraçado. A Bíblia fala de pessoas que, no dia do juízo, pensarão estar "a bordo" rumo ao Céu, só para descobrir que estão chegando ao lugar errado. Lemos acerca disso em S. Mat. 25:31-46. Essas pessoas protestarão: "Senhor, Senhor! porventura, não temos nós profetizado em Teu nome, e em Teu nome não expelimos demônios, e em Teu nome não fizemos muitos milagres? Então [Cristo lhes dirá] explicitamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim, os que praticais a iniqüidade." S. Mat. 7:22 e 23.

Você e eu podemos evitar esse engano trágico, ao confirmar agora mesmo a nossa vocação e eleição. Isso quer dizer verificar o destino e conferir nossa reserva toda vez que o Espírito de Deus nos falar ao coração. É o Espírito Santo que nos convence quando estamos no caminho errado e, apontando o certo, diz: "Este é o caminho, andai por ele." Isa. 30:21.

Se você está sentindo o apelo do Espírito Santo ao seu coração agora mesmo, por que não verificar o destino e confirmar a sua reserva?

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